Segunda feira, hoje
Dia de entrega de pedidos de apoio ao IA/Ministério da Cultura.
segunda-feira, março 29, 2004
sábado, março 27, 2004
MENSAGEM INTERNACIONAL DO DIA MUNDIAL DO TEATRO
27 DE MARÇO
Por FATHIA EL ASSAL (dramaturga egípcia)
O Teatro é o pai de todas as Artes. Esta é uma verdade que ninguém pode contestar e, por esta razão, é a minha única e exclusiva paixão.
Sempre acreditei que os dramaturgos se distinguem pelos seus sentimentos de nobreza humana. A sua mensagem pode, então, ajudar as pessoas a erguerem-se acima de si próprias, a libertarem-se das suas frustrações, da exploração, e assim, serem capazes de ganhar um sentido de dignidade. Para que os dramaturgos consigam alcançar a sua missão e influenciar as pessoas, eles deviam dominar profundamente a sua profissão, e ter total controlo sobre a sua expressão artística. Caso contrário, a sua mensagem não deixará qualquer rasto, dispersando-se e fazendo que com que não atinja o seu alvo. Em toda a obra artística, a mensagem do artistas procura sempre um sentido de justiça humana, de maturidade de expressão e de autenticidade. Seria errado pensar que um destes factores primasse sobre o outro.
Dizem que o teatro é uma arte baseada numa estrutura sólida, destituída de elementos supérfluos, e que os seus diálogos deveriam ser firmes, concisos e distantes da tagarelice. Dizem também que é por esta razão que o teatro é incompatível com a natureza feminina, que é incapaz de se dissociar do seu ego e, consequentemente, incapaz de se expressar com objectividade. Dizem! A isto eu respondo: a mulher que carrega no seu ventre uma nova vida durante nove meses é também capaz de criar uma peça sólida e coerente. Com uma condição: que ela seja uma verdadeira dramaturga.
Felizmente, o teatro moderno libertou-se das formas tradicionais, na sequência de diversas correntes renovadoras iniciadas por Pirandello, Bernard Shaw, Brecht e tantos outros, pelo teatro do absurdo, pela recusa e pela experimentação avantgard. Actualmente é muito raro um dramaturgo escrever segundo um estilo tradicional.
Na minha primeira peça (“Women without Masks”) optei pelo “teatro dentro do teatro”, uma formula que se tornou familiar nas peças modernas. “Women without Masks” começou com um grito e uma questão, porque me sentia grávida de palavras com dezenas, talvez com centenas de anos.
Teria chegado o tempo para que as dores do parto, estrangulando o meu íntimo, fossem libertando e projectando a minha palavra até à existência? A minha palavra!... a minha paixão ... a minha infância ... a minha criança! Eu oiço a sua voz tão longe das queixas, dos suspiros. Uma voz que tinha sido esmagada e humilhada. Uma voz cujos ecos reverberaram geração após geração. A consciência, na história humana, suporta o peso pesado da perseguição e do cativeiro.
Eu recusei assentar no papel uma única frase que não emergisse da minha alma mais profunda. Nem uma linha que não expressasse a verdade sobre a mulher e sobre o seu poder de dádiva. É por isso que pedi à minha caneta que jurasse recusar escrever uma única linha se fosse para exprimir fraqueza ou frustração, bem como recusar obedecer-me se sentisse que me acobardava perante a verdade. Eu pedi-lhe, então, que me ajudasse a destacar o maior número de mulheres cujas vidas eu partilho, desenhando mais próximo delas e tornando-me na sua porta-voz.
Nós, assim, mostrar-nos-íamos completamente umas perante as outras, livrando-nos da ferrugem acumulada com a passagem do tempo. Nós gritaríamos contra todas as circunstâncias e eventos que nos privaram da explosão dos nossos poderes humanos.
Por último, eu acredito que o teatro é a luz que ilumina o caminho da raça humana. Uma luz que assegura um elo orgânico com o espectador criando calor entre nós – seja através da comunicação feita pelo texto escrito ou pela exibição no palco.
Tradução: Vanda Piteira e Nuno Moura – Instituto das Artes
27 DE MARÇO
Por FATHIA EL ASSAL (dramaturga egípcia)
O Teatro é o pai de todas as Artes. Esta é uma verdade que ninguém pode contestar e, por esta razão, é a minha única e exclusiva paixão.
Sempre acreditei que os dramaturgos se distinguem pelos seus sentimentos de nobreza humana. A sua mensagem pode, então, ajudar as pessoas a erguerem-se acima de si próprias, a libertarem-se das suas frustrações, da exploração, e assim, serem capazes de ganhar um sentido de dignidade. Para que os dramaturgos consigam alcançar a sua missão e influenciar as pessoas, eles deviam dominar profundamente a sua profissão, e ter total controlo sobre a sua expressão artística. Caso contrário, a sua mensagem não deixará qualquer rasto, dispersando-se e fazendo que com que não atinja o seu alvo. Em toda a obra artística, a mensagem do artistas procura sempre um sentido de justiça humana, de maturidade de expressão e de autenticidade. Seria errado pensar que um destes factores primasse sobre o outro.
Dizem que o teatro é uma arte baseada numa estrutura sólida, destituída de elementos supérfluos, e que os seus diálogos deveriam ser firmes, concisos e distantes da tagarelice. Dizem também que é por esta razão que o teatro é incompatível com a natureza feminina, que é incapaz de se dissociar do seu ego e, consequentemente, incapaz de se expressar com objectividade. Dizem! A isto eu respondo: a mulher que carrega no seu ventre uma nova vida durante nove meses é também capaz de criar uma peça sólida e coerente. Com uma condição: que ela seja uma verdadeira dramaturga.
Felizmente, o teatro moderno libertou-se das formas tradicionais, na sequência de diversas correntes renovadoras iniciadas por Pirandello, Bernard Shaw, Brecht e tantos outros, pelo teatro do absurdo, pela recusa e pela experimentação avantgard. Actualmente é muito raro um dramaturgo escrever segundo um estilo tradicional.
Na minha primeira peça (“Women without Masks”) optei pelo “teatro dentro do teatro”, uma formula que se tornou familiar nas peças modernas. “Women without Masks” começou com um grito e uma questão, porque me sentia grávida de palavras com dezenas, talvez com centenas de anos.
Teria chegado o tempo para que as dores do parto, estrangulando o meu íntimo, fossem libertando e projectando a minha palavra até à existência? A minha palavra!... a minha paixão ... a minha infância ... a minha criança! Eu oiço a sua voz tão longe das queixas, dos suspiros. Uma voz que tinha sido esmagada e humilhada. Uma voz cujos ecos reverberaram geração após geração. A consciência, na história humana, suporta o peso pesado da perseguição e do cativeiro.
Eu recusei assentar no papel uma única frase que não emergisse da minha alma mais profunda. Nem uma linha que não expressasse a verdade sobre a mulher e sobre o seu poder de dádiva. É por isso que pedi à minha caneta que jurasse recusar escrever uma única linha se fosse para exprimir fraqueza ou frustração, bem como recusar obedecer-me se sentisse que me acobardava perante a verdade. Eu pedi-lhe, então, que me ajudasse a destacar o maior número de mulheres cujas vidas eu partilho, desenhando mais próximo delas e tornando-me na sua porta-voz.
Nós, assim, mostrar-nos-íamos completamente umas perante as outras, livrando-nos da ferrugem acumulada com a passagem do tempo. Nós gritaríamos contra todas as circunstâncias e eventos que nos privaram da explosão dos nossos poderes humanos.
Por último, eu acredito que o teatro é a luz que ilumina o caminho da raça humana. Uma luz que assegura um elo orgânico com o espectador criando calor entre nós – seja através da comunicação feita pelo texto escrito ou pela exibição no palco.
Tradução: Vanda Piteira e Nuno Moura – Instituto das Artes
quinta-feira, março 25, 2004
Nota Pessoal
Colocar aqui este post-it de lembrança tem sempre um óptimo efeito. O peso na consciência torna-se maior e o impulso de postar regressa. desta feita, aguardo duias menos ocupados, menos constipados, menos baralhados. Dias de primavera, com vinho verde ao fim da tarde e o quebranto a assentar que nem uma luva em noites mais quentes.
Colocar aqui este post-it de lembrança tem sempre um óptimo efeito. O peso na consciência torna-se maior e o impulso de postar regressa. desta feita, aguardo duias menos ocupados, menos constipados, menos baralhados. Dias de primavera, com vinho verde ao fim da tarde e o quebranto a assentar que nem uma luva em noites mais quentes.
terça-feira, março 23, 2004
Ainda o dia da árvore e da poesia
A Sombra
Se o homem fosse uma árvore, seria diferente de todas as restantes, dado que
é no centro do seu corpo, e não na extremidade, que se encontram as raízes.
Refiro-me, evidentemente, ao coração, esse órgão a partir do qual ganham
sentido as outras partes, sendo indubitavelmente a pele o que no corpo
corresponde às folhas.
Taqlvez pareça insólito trazer dentro de si, escondidas no âmago, as raízes,
em lugar de as espetar na terra. De tal modo a esta se associa a ideia de
raiz que quase somos compelidos a pensar que o coração é subterrâneo, que
entre ele e o que do nosso corpo vemos há uma linha divisória, uma
demarcação correspondente àquela outra, horizontal, que habitualmente
representa o solo.
Importa, na verdade, salientar que, se entre a pele e o coração, como entre
as folhas e a raiz, parece ao mesmo tempo haver um traço de união que o
tronco, por seu turno, configura, tal união, que além do mais esconde o
instransponível hiato que os separa, é menos real do que aparente. Pense-se
no fosso que nos jardins zoológicos há entre as feras e as pessoas e
ter-se-à uma ideia desse abismo.
O que é que neste caso são as feras - a pele ou o coração - é que é talvez
difícil de dizer. De tal modo às vezes é frondoso o coração que toda a pele
se acolhe à sua sombra.
Luis Miguel Nava in O Céu Sobre as Entranhas (1989)
A Sombra
Se o homem fosse uma árvore, seria diferente de todas as restantes, dado que
é no centro do seu corpo, e não na extremidade, que se encontram as raízes.
Refiro-me, evidentemente, ao coração, esse órgão a partir do qual ganham
sentido as outras partes, sendo indubitavelmente a pele o que no corpo
corresponde às folhas.
Taqlvez pareça insólito trazer dentro de si, escondidas no âmago, as raízes,
em lugar de as espetar na terra. De tal modo a esta se associa a ideia de
raiz que quase somos compelidos a pensar que o coração é subterrâneo, que
entre ele e o que do nosso corpo vemos há uma linha divisória, uma
demarcação correspondente àquela outra, horizontal, que habitualmente
representa o solo.
Importa, na verdade, salientar que, se entre a pele e o coração, como entre
as folhas e a raiz, parece ao mesmo tempo haver um traço de união que o
tronco, por seu turno, configura, tal união, que além do mais esconde o
instransponível hiato que os separa, é menos real do que aparente. Pense-se
no fosso que nos jardins zoológicos há entre as feras e as pessoas e
ter-se-à uma ideia desse abismo.
O que é que neste caso são as feras - a pele ou o coração - é que é talvez
difícil de dizer. De tal modo às vezes é frondoso o coração que toda a pele
se acolhe à sua sombra.
Luis Miguel Nava in O Céu Sobre as Entranhas (1989)
segunda-feira, março 22, 2004
quinta-feira, março 18, 2004
quarta-feira, março 17, 2004
terça-feira, março 16, 2004
Resposta certa
Haverá alguém que acredite que as perguntas formuladas pelo jornal PÙBLICO todas as semanas fazem algum sentido? Permitem alguma leitura? Esclarecem uma posição?
A pergunta feita esta semana, sobre a concordância na adopção por casais homosseuxias de crianças, é tão falaciosa quanto os discursos ouvidos pró e contra a questão. Como se se pudesse dizer sim ou não da mesma forma que se escolhe outra marca de pasta de dentes só porque a habitual se esgotou. Nem isso - a escolha da pasta - é tão simples. Se me colocarem a questão assim: Sim ou Não, eu digo Não. Como diria não se a pergunta fosse: concorda com a adopção de crianças por casais heterossexuais?
Porque o que está em causa nesta questão - o que a mim me parece subjacente na pergunta, é um avaliar da homofobia na sociedade portuguesa. Obviamente que a resposta é não se a educação sexual nas escolas não fala das diversas "variantes" sexuais; se as vantagens legais não permitem igualdade; se ainda ninguém explicou que uma criança precisa é de valores, noções de família, lar, tranquilidade, cidadania... e esses não estão somente presentes numa relação heterossexual. Mas isso, como outros tantos milhares de exemplos, já toda a gente viu e mais ainda aqui na blogosfera em que falamos de/para/com uma "elite".
Um amplo debate, sério, rigoroso, explicativo, concreto, exemplificativo é o caminho a seguir e não perguntas de pacotilha. Essas só alimentam fantasmas, preconceitos e manias. Ouço já as vozes: oh, mas essas questões alertam, mas isto e aquilo... Sim, eu sei. Mas o que eu recebo no meu e-mail são mailling letters a anunciar o questionário e a dizer coisas tão absurdas como: se és gay defende os teus direitos; luta contra a discriminação; mesmo que não concordes, não contribuas para a descriminação.
Caramba!!
Mais do que ninguém, as associações GLBT deviam saber que os sentidos e os sentimentos egoístas contam aqui muito pouco. Querem ou não contribuir para resgatar as crianças das instituições onde, caso raras excepções, não se irão tornar adultos exemplares? Não é dos direitos da criança que estamos a falar, em primeiro lugar? E sobretudo que, face a esses direitos, eles são transmissíveis independentemente da orientação sexual? Dê-se a volta ás coisas, posicionem-se as opiniões radicais no seu lugar, expliquem-se os intuitos e perguntem depois. Prove-se que o processo de adopção é um processo de resgate; de salvação. Aqui, a dádiva vem primeiro que o egoísmo. Deve vir.
E isto vale para gays e heteros.
Haverá alguém que acredite que as perguntas formuladas pelo jornal PÙBLICO todas as semanas fazem algum sentido? Permitem alguma leitura? Esclarecem uma posição?
A pergunta feita esta semana, sobre a concordância na adopção por casais homosseuxias de crianças, é tão falaciosa quanto os discursos ouvidos pró e contra a questão. Como se se pudesse dizer sim ou não da mesma forma que se escolhe outra marca de pasta de dentes só porque a habitual se esgotou. Nem isso - a escolha da pasta - é tão simples. Se me colocarem a questão assim: Sim ou Não, eu digo Não. Como diria não se a pergunta fosse: concorda com a adopção de crianças por casais heterossexuais?
Porque o que está em causa nesta questão - o que a mim me parece subjacente na pergunta, é um avaliar da homofobia na sociedade portuguesa. Obviamente que a resposta é não se a educação sexual nas escolas não fala das diversas "variantes" sexuais; se as vantagens legais não permitem igualdade; se ainda ninguém explicou que uma criança precisa é de valores, noções de família, lar, tranquilidade, cidadania... e esses não estão somente presentes numa relação heterossexual. Mas isso, como outros tantos milhares de exemplos, já toda a gente viu e mais ainda aqui na blogosfera em que falamos de/para/com uma "elite".
Um amplo debate, sério, rigoroso, explicativo, concreto, exemplificativo é o caminho a seguir e não perguntas de pacotilha. Essas só alimentam fantasmas, preconceitos e manias. Ouço já as vozes: oh, mas essas questões alertam, mas isto e aquilo... Sim, eu sei. Mas o que eu recebo no meu e-mail são mailling letters a anunciar o questionário e a dizer coisas tão absurdas como: se és gay defende os teus direitos; luta contra a discriminação; mesmo que não concordes, não contribuas para a descriminação.
Caramba!!
Mais do que ninguém, as associações GLBT deviam saber que os sentidos e os sentimentos egoístas contam aqui muito pouco. Querem ou não contribuir para resgatar as crianças das instituições onde, caso raras excepções, não se irão tornar adultos exemplares? Não é dos direitos da criança que estamos a falar, em primeiro lugar? E sobretudo que, face a esses direitos, eles são transmissíveis independentemente da orientação sexual? Dê-se a volta ás coisas, posicionem-se as opiniões radicais no seu lugar, expliquem-se os intuitos e perguntem depois. Prove-se que o processo de adopção é um processo de resgate; de salvação. Aqui, a dádiva vem primeiro que o egoísmo. Deve vir.
E isto vale para gays e heteros.
segunda-feira, março 15, 2004
Recebido por e-mail:
Gaffes Jornalísticas
Jornalista da RTP: "É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos!"
Jornalista da TVI: "As chamas estavam a arder".
Rodapé do Telejornal da SIC:"O assassino matou 30 mortos."
Jornalista da TVI: "Foi assassinado, mas não se sabe se está morto."
Jornalista da TVI:"Estão zero graus negativos."
Comentário de uma jornalista sobre o caso Aquaparque: "Os aquaparques têm feito, durante este ano, muitas vítimas, que o digam os dois mortos registados este mês...".
Lídia Moreno - Rádio voz de Arganil: "Quatro hectares de trigo foram queimados... Em princípio trata-se de um incêndio."
A meio de um relato de futebol: "Chega agora a informação... o jogador que há pouco saiu lesionado, foi vítima de uma fractura craniana no joelho."
Jornal Nacional, Manuela Moura Guedes: "Um morreu e outro está morto".
Gaffes Jornalísticas
Jornalista da RTP: "É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos!"
Jornalista da TVI: "As chamas estavam a arder".
Rodapé do Telejornal da SIC:"O assassino matou 30 mortos."
Jornalista da TVI: "Foi assassinado, mas não se sabe se está morto."
Jornalista da TVI:"Estão zero graus negativos."
Comentário de uma jornalista sobre o caso Aquaparque: "Os aquaparques têm feito, durante este ano, muitas vítimas, que o digam os dois mortos registados este mês...".
Lídia Moreno - Rádio voz de Arganil: "Quatro hectares de trigo foram queimados... Em princípio trata-se de um incêndio."
A meio de um relato de futebol: "Chega agora a informação... o jogador que há pouco saiu lesionado, foi vítima de uma fractura craniana no joelho."
Jornal Nacional, Manuela Moura Guedes: "Um morreu e outro está morto".
domingo, março 14, 2004
Na Livraria (glosa)
Uma mãe ao telefone impacienta a filha:
- Eles têm vários Frei Luiz de Sousa de Almeida Garrett. Não sabes qual é o autor?
Responde a menina do atendimento querendo ajudar:
- Ela que diga a cor da capa.
Uma mãe ao telefone impacienta a filha:
- Eles têm vários Frei Luiz de Sousa de Almeida Garrett. Não sabes qual é o autor?
Responde a menina do atendimento querendo ajudar:
- Ela que diga a cor da capa.
quarta-feira, março 10, 2004
Relógios de Lisboa (VI)
- o od rab acinatirB, oa siaC od érdoS
roP amic od oãclab od rab acintirB áh mu oigóler euq zid sa saroh oa contrário. A esereT agurdam vivres etsen rab arap mu emlif od rennaT acreca ad zul acnarb ed aobsiL. ertnE o robas sad stnip e o otrofnoc e oivivnoc sod soriemutsoc, áh socuop soitis oãt siam setnesua ed aobsiL omoc etse. mU rezarP.
- o od rab acinatirB, oa siaC od érdoS
roP amic od oãclab od rab acintirB áh mu oigóler euq zid sa saroh oa contrário. A esereT agurdam vivres etsen rab arap mu emlif od rennaT acreca ad zul acnarb ed aobsiL. ertnE o robas sad stnip e o otrofnoc e oivivnoc sod soriemutsoc, áh socuop soitis oãt siam setnesua ed aobsiL omoc etse. mU rezarP.
terça-feira, março 09, 2004
segunda-feira, março 08, 2004
Para um dia da mulher
Só à noite me apercebi que de nada me valia procurar criar um post mais ou menos erudito, flexível, opinativo, citável ou comemorativo.É que hoje comprei o volume III da trilogia O Princípio da Incerteza , da Agustina, intitulado Os Espaços em Branco . E começa assim:
- Há coisas que devem ser ditas mas que não modificam nada as razões de cada uma.
E mais nada.
Só à noite me apercebi que de nada me valia procurar criar um post mais ou menos erudito, flexível, opinativo, citável ou comemorativo.É que hoje comprei o volume III da trilogia O Princípio da Incerteza , da Agustina, intitulado Os Espaços em Branco . E começa assim:
- Há coisas que devem ser ditas mas que não modificam nada as razões de cada uma.
E mais nada.
sexta-feira, março 05, 2004
Quem conta um conto...
Ler o Inimigo Público e o Y de seguida dá nisto: tudo parece verdade. será tudo mentira?
- Associações Pró-vida admitem aborto
- Guarda costas de Santana contratam segurança pessoal
- Beleza de Nicole Kidman prejudica Cold Mountain
- David Bowie em Lisboa
- Alegre vai dedicar poemas a grandes futebolistas não portugueses
- ...
até o Público, distruibuído gratitamente com estes dois suplementos nos confunde:
- Portugal tira melhor proveito do acordo de pesca com Espanha
- CDS reconhece comportamento "inaceitável de Avelino
E agora, acredito em quê?
Ler o Inimigo Público e o Y de seguida dá nisto: tudo parece verdade. será tudo mentira?
- Associações Pró-vida admitem aborto
- Guarda costas de Santana contratam segurança pessoal
- Beleza de Nicole Kidman prejudica Cold Mountain
- David Bowie em Lisboa
- Alegre vai dedicar poemas a grandes futebolistas não portugueses
- ...
até o Público, distruibuído gratitamente com estes dois suplementos nos confunde:
- Portugal tira melhor proveito do acordo de pesca com Espanha
- CDS reconhece comportamento "inaceitável de Avelino
E agora, acredito em quê?
Ojos de ciervo rumanos
Hoje vi um espectáculo tão bonito na Culturgest. Chama-se Ojos de ciervo rumanos, veio da Argentina e foi encenado por Beatriz Catani. Foi lindíssimo. Escrevo-o aqui para não me esquecer. Não escrevo mais nada porque era preciso terem sentido o espectáculo. Disseram-me que podia ser uma metáfora da Argentina. Diz a sinopse: Una plantación en una casa. Ciervos ahogados en los caminos. Pestes en las plantas. La naturaleza desbordada.Una hija que nace de su padre. Un hijo que nace adentro de un árbol. Todos se cruzan en un tiempo único: El Presente.No final, enquanto agradecia, um dos actores chorava.
Aqui e aqui e aqui escreveram sobre a peça. Eu vi-a.
Hoje vi um espectáculo tão bonito na Culturgest. Chama-se Ojos de ciervo rumanos, veio da Argentina e foi encenado por Beatriz Catani. Foi lindíssimo. Escrevo-o aqui para não me esquecer. Não escrevo mais nada porque era preciso terem sentido o espectáculo. Disseram-me que podia ser uma metáfora da Argentina. Diz a sinopse: Una plantación en una casa. Ciervos ahogados en los caminos. Pestes en las plantas. La naturaleza desbordada.Una hija que nace de su padre. Un hijo que nace adentro de un árbol. Todos se cruzan en un tiempo único: El Presente.No final, enquanto agradecia, um dos actores chorava.
Aqui e aqui e aqui escreveram sobre a peça. Eu vi-a.
quinta-feira, março 04, 2004
A conspiração da aranha
Lido aqui:
Paulo Portas e o travesti Lola
Os factos:
[1] No início de Outubro de 2003, o programa "Vidas Alternativas" da Rádio Voxx entrevistou um travesti, Lola, o qual afirmou que Paulo Portas era cliente assíduo da homossexualidade.
[2] Em meados de Outubro de 2003, Luís Nobre Guedes -- um destacado membro do PP, muito próximo de Paulo Portas -- adquiriu a Rádio Voxx.
[3] Hoje, menos de seis meses depois, a Rádio Voxx termina.
Refira-se ainda que:
[1] Entre Outubro de 2003 e Fevereiro de 2004, nunca foi desmentido que Paulo Portas fosse cliente assíduo da homossexualidade.
[2] O programa "Vidas Alternativas" termina com a aquisição da Rádio Voxx por Luís Nobre Guedes.
Lido aqui:
Paulo Portas e o travesti Lola
Os factos:
[1] No início de Outubro de 2003, o programa "Vidas Alternativas" da Rádio Voxx entrevistou um travesti, Lola, o qual afirmou que Paulo Portas era cliente assíduo da homossexualidade.
[2] Em meados de Outubro de 2003, Luís Nobre Guedes -- um destacado membro do PP, muito próximo de Paulo Portas -- adquiriu a Rádio Voxx.
[3] Hoje, menos de seis meses depois, a Rádio Voxx termina.
Refira-se ainda que:
[1] Entre Outubro de 2003 e Fevereiro de 2004, nunca foi desmentido que Paulo Portas fosse cliente assíduo da homossexualidade.
[2] O programa "Vidas Alternativas" termina com a aquisição da Rádio Voxx por Luís Nobre Guedes.
Oprah
Sempre pensei que fosse um talk show fútil e desinteressante para americano ver. Mas entretanto a Sic Mulher começou a passar esse mega-sucesso há 11 anos Fiquei viciado. O programa de hoje era sobre prostituição infantil; miúdas de boas famílias que saem de casa e se prostituem com 12, 15, 16 anos. É impressionante como não cede ao facilitismo, à lágrima, à exploração dos sentimentos, em que há espaço para a conversa, o divertimento, o respeito pelos convidados, contenção do público... um fenómeno. Uma lição para uma série de apresentadores e programas. Estou encantado. Todos os dias às 18h00.
(Meu deus, parece que acabei de escrever uma carta para publicar numa revista feminina)
Sempre pensei que fosse um talk show fútil e desinteressante para americano ver. Mas entretanto a Sic Mulher começou a passar esse mega-sucesso há 11 anos Fiquei viciado. O programa de hoje era sobre prostituição infantil; miúdas de boas famílias que saem de casa e se prostituem com 12, 15, 16 anos. É impressionante como não cede ao facilitismo, à lágrima, à exploração dos sentimentos, em que há espaço para a conversa, o divertimento, o respeito pelos convidados, contenção do público... um fenómeno. Uma lição para uma série de apresentadores e programas. Estou encantado. Todos os dias às 18h00.
(Meu deus, parece que acabei de escrever uma carta para publicar numa revista feminina)
quarta-feira, março 03, 2004
A nossa memória nos outros
Há sítios especiais, locais únicos, memórias privadas. Há coisas que partilhamos, que oferecemos, que damos, que entregamos a outra pessoa. Há sítios onde nos vamos espalhando ao longo da vida: parques, jardins, bancos de autocarro, cantos de livraria, fachadas de prédios e até sítios que nunca fomos mas planeámos lá chegar. Há alturas em que a relação entre duas pessoas é um acumular de lugares-comuns, no bom sentido do termo: um lugar para dois. E esse espaço, caro Bruno não consegue ser partilhado. Não se trata de alimentar um fantasma, mas antes saber gerir os recursos à nossa disposição. Apaixonam-se por nós quanto melhor e mais envolvente for a nossa maneira de nos aproximar-mos da outra pessoa. Quem é que gostaria de saber que está a ser levado/a para o mesmo lugar de outras tantas vezes? Quem não quer o exclusivo de um lugar... mesmo que a relação não se estenda?
Estamos espalhados na cidade, nas casas, nos outros. Nos que estão e nos que já foram. Estamos em todo o lado. Dentro de um museu que guarda o perfume dos seus cabelos; no café a saber a bolos quentes e meias de leite de máquina partilhadas; na escadaria de igrejas onde nunca se entrou; no banco do carro onde as mãos se tocaram pela primeira vez...
Todos temos as nossas memórias e elas surgem na mais inusitada das situações. Surgem sempre, especialmente quando as reprimimos.
Há sítios especiais, locais únicos, memórias privadas. Há coisas que partilhamos, que oferecemos, que damos, que entregamos a outra pessoa. Há sítios onde nos vamos espalhando ao longo da vida: parques, jardins, bancos de autocarro, cantos de livraria, fachadas de prédios e até sítios que nunca fomos mas planeámos lá chegar. Há alturas em que a relação entre duas pessoas é um acumular de lugares-comuns, no bom sentido do termo: um lugar para dois. E esse espaço, caro Bruno não consegue ser partilhado. Não se trata de alimentar um fantasma, mas antes saber gerir os recursos à nossa disposição. Apaixonam-se por nós quanto melhor e mais envolvente for a nossa maneira de nos aproximar-mos da outra pessoa. Quem é que gostaria de saber que está a ser levado/a para o mesmo lugar de outras tantas vezes? Quem não quer o exclusivo de um lugar... mesmo que a relação não se estenda?
Estamos espalhados na cidade, nas casas, nos outros. Nos que estão e nos que já foram. Estamos em todo o lado. Dentro de um museu que guarda o perfume dos seus cabelos; no café a saber a bolos quentes e meias de leite de máquina partilhadas; na escadaria de igrejas onde nunca se entrou; no banco do carro onde as mãos se tocaram pela primeira vez...
Todos temos as nossas memórias e elas surgem na mais inusitada das situações. Surgem sempre, especialmente quando as reprimimos.
terça-feira, março 02, 2004
In memoriam...
Para a tua avó que te olha de lá de cima.
Noite, noite após noite, uma outra noite
veio lembrar-me da beleza, cada
noite pensando as úlceras do açoite
solar sobre meus ombros. Noite herdada
de noites ancestrais, áurea cadeia
de lua entrelaçada a lua, estrela
amalgamada a estrela... A clara teia
pescava a solidão do sonho pela
Glória do achado faiscante desta
líquida noite. Estranha, estranha festa
em que hoje me embebedas, noite ardente:
mortalhas no oriente e, no nascente,
fogueiras de alegria...
Dura sorte
ter de deixar para outra noite a morte.
A mis soledades voy, Mário Faustino
Para a tua avó que te olha de lá de cima.
Noite, noite após noite, uma outra noite
veio lembrar-me da beleza, cada
noite pensando as úlceras do açoite
solar sobre meus ombros. Noite herdada
de noites ancestrais, áurea cadeia
de lua entrelaçada a lua, estrela
amalgamada a estrela... A clara teia
pescava a solidão do sonho pela
Glória do achado faiscante desta
líquida noite. Estranha, estranha festa
em que hoje me embebedas, noite ardente:
mortalhas no oriente e, no nascente,
fogueiras de alegria...
Dura sorte
ter de deixar para outra noite a morte.
A mis soledades voy, Mário Faustino
segunda-feira, março 01, 2004
Alívio
Agora que os Oscars se foram, podemos voltar a ver filmes descansados. O Oscar para melhor cobertura aqui.
Agora que os Oscars se foram, podemos voltar a ver filmes descansados. O Oscar para melhor cobertura aqui.
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