Reúnem-se aqui os textos publicados no âmbito do dossier especial de aniversário, O Síndroma de Stendhal, dedicado às relações entre crítica e criação.
O crítico francês Gérard Mayen dá a conhecer, em pré-publicação exclusiva, um ensaio sobre as relações entre a dança norte-americana e francesa. Partindo de rejeições mais ou menos explícitas ao Judson Dance Theatre, Mayen analisa o modo como criadores independentes procuram desenvolver um discurso mais próximo de correntes criativas europeias. Naquilo que é uma atenta visão sobre a realidade da dança nova-iorquina, o crítico enfrenta modelos de classificação, sugere linhas de interpretação para os espectáculos e reflecte sobre a falência dos discursos artísticos.
Como fazer inimigos e não influenciar pessoas - reflexões sobre a crítica no Porto, por Jorge Louraço Figueira
O dramaturgo e crítico de teatro do Público, Jorge Louraço Figueira, reflecte sobre a ausência de um discurso crítico em relação à/na cidade do Porto. Tentanto explorar as razões para tal ausência, o autor questiona-se sobre as relações de poder naquela cidade, onde a cultura vive em constante sobressalto.
Criticism and Politics - a conversation with Xavier Le Roy and Robyn Orlin, por Arnd Wesseman
Uma conversa com o coreógrafo francês, radicado em Berlim, Xavier Le Roy, e a coreógrafa sul-africana Robyn Orlin, sobre as relações entre criação, política e crítica. A conversa foi conduzida por Arnd Wesseman, editor da revista de dança alemã Ballet-tanz. O encontro serviu para o confrontar dos espectáculos dos dois coreógrafos com algumas posições mais correntes no discurso coreográfico. Discute-se ainda o modo como a retórica política pode induzir os processos criativos em erro, bem como a necessidade de pensar acerca das responsabilades de um espectáculo.
A crítica sueca Margareta Sörenson, faz um retrato da situação da crítica no seu país. O texto apresenta reflexões sobre as abordagens aos textos de repertório, o crítica face aos novos meios de publicação, como a internet e os blogs, e dá conta, a partir da sua experiência enquanto directora dos Seminários para Jovens Críticos da Associação Internacional de Críticos de Teatro, do papel que as novas gerações de críticos podem ter para o futuro da crítica.
O crítico e ensaista brasileiro observa os mecanismos provocados ou sugeridos por uma dança que se afirma enquanto arte que pensa. Questiona ainda o modo como o olhar se posiciona perante os espectáculos e o modo como os criadores reagem à discussão crítica.
Nota: o dossier ficará completo com a introdução de dois outros textos, de Nayse Lopez e eu próprio, a publicar brevemente.
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