terça-feira, março 02, 2004

In memoriam...

Para a tua avó que te olha de lá de cima.

Noite, noite após noite, uma outra noite
veio lembrar-me da beleza, cada
noite pensando as úlceras do açoite
solar sobre meus ombros. Noite herdada
de noites ancestrais, áurea cadeia
de lua entrelaçada a lua, estrela
amalgamada a estrela... A clara teia
pescava a solidão do sonho pela
Glória do achado faiscante desta
líquida noite. Estranha, estranha festa
em que hoje me embebedas, noite ardente:
mortalhas no oriente e, no nascente,
fogueiras de alegria...
Dura sorte
ter de deixar para outra noite a morte.


A mis soledades voy, Mário Faustino

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