terça-feira, dezembro 26, 2006

Balanços de 2006: Mais e Menos - Teatro


Menos

Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira no TNDMII

É inevitável considerar-se a nomeação da dupla que substituiu António Lagarto à frente do Teatro Nacional como o aspecto mais negativo do ano, não só pela rocambolesca novela em que se envolveram, como pelo movimento que se gerou em torno dela, dando a entender – apesar do mutismo em que se caiu meses depois – que há um lugar para o Teatro Nacional D. Maria II. Um ano depois da nomeação, e quase três meses depois da apresentação da 1ª temporada, continua sem se perceber a lógica da substituição, o cancelamento dos espectáculos agendados (com companhias, como o Teatro Praga e outras, a processarem o TNDMII por incumprimento de contrato, e outras, como o S. João e a Cornucópia, a transferirem as suas produções para o S. Luiz) sem se saber qual o rumo a dar ao TNDMII na sua relação sem preconceitos com os agentes culturais ou sem haver indicações quanto ao mecenas prometido em Junho e reafirmado em Setembro. Para além disso, a acumulação, por parte de Carlos Fragateiro, da direcção do Teatro da Trindade com a do TNDMII, obrigou-o a uma demissão forçada pela opinião pública. Um início inglório para um projecto que merecia mais consideração por parte da tutela.

Mais

Giorni Felici no Festival de Almada

A aposta do Festival de Almada em trazer ao conhecimento do público nacional encenações clássicas, pelo seu impacto histórico e dimensão universal, permitiu mostrar neste ano centenário de Beckett a célebre versão de «Dias Felizes», encenada por Giorgio Strehler em 1982. O confronto destes monstros com outros espectáculos – numa edição com poucos momentos altos e na ressaca do Alkantara festival -, permitiu, como bem observou Miguel-Pedro Quadrio no passado dia 24, no seu balanço no Diário de Notícias, ver as “deslocações poéticas e estéticas que modificaram o fazer teatral nos últimos 30 anos”. Queira o Festival de Almada prosseguir nessa vontade de recusar a museologia e certamente se abrirão pistas para a compreensão de muito do que hoje se faz, apesar da gritante falta memória, inconsciência e autismo.

16 comentários:

Anónimo disse...

Lá está você! O panfletário do costume!

A dupla referida não substituiu o Sr. Lagarto (que foi destituído pela tutela porque apesar de instado pelo SEC a apresentar um plano de actividades, nunca o fez).

Para dirigir o TNDMII (e não para substituir o figurinista Lagarto) foram nomeadas duas pessoas qualificadas e com o percurso profissional que a tutela considerou adequado para prosseguir os objectivos que traçou.

Não atire areia aos olhos dos seus leitores. A novela de que fala, foi o Tiago que a criou!!!

Diga lá quem são as "outras" companhias que processaram o Nacional (além dos seus amigos do Praga).

E olhe que essa do S. Luiz não pega! Toda a gente sabe por que razões se transferem as pandilhas, para onde e em que momentos.

Deixe que lhe diga que a "limpeza" do Nacional foi seguramente um "mais" de 2006.

"Menos" seria impossível esperar da reacção assumida publicamente pelo Sr. Lagarto. Pena é que os nossos órgãos de comunicação social continuem a ligar à cessação de cargos PÚBLICOS a publicade própria das mágoas PRIVADAS. Também há perdedores na prestação do serviço público, sabe? E também há opiniões públicas perdedoras!

Nem sempre os vícios privados conseguem passar por públicas virtudes!

Anónimo disse...

concordo que é um mais e não um menos!

Anónimo disse...

hahaha, fala-se em TNDMII e há logo polémica, mas deixe que lhe diga, de anónimo para anónimo, que o Tiago não criou novela nenhuma, somos nós (anónimos ou não) que a criamos aqui nos comentários.

"foram nomeadas duas pessoas qualificadas e com o percurso profissional que a tutela considerou adequado"????

o seu comentário é no mínimo, rdiculamente parcial e mostra que está ligado ao parzinho Cultura para as massas...

percurso profissional?? o Fragateiro encenou no TELA. Conhece? viu?
Concordo que o Lagarto era um pirosa incompetente mas esta direcção bi(a)céfala não lhe fica atrás e pode fazer mais estragos do que a Lagarta.

Anónimo disse...

um muito menos para 2006 que se vai agravar em 2007...

Anónimo disse...

Ó anónimo das 4:25! Está enganado! Não estou ligado a par nenhum! Não é que não goste... mas neste momento estou noutra!!!!!

Sim... percurso profissional! Onde é que viu escrito que só os encenadores podem dirigir teatros?

Ou também é daqueles que acha que os médicos é que gerem bem os hospitais e o mesmo para os juízes e os tribunais...

:-))))) À portuga!!!!

Quanto à "cultura para as massas"... diga-me lá... você é daqueles que acha que faz parte da chamada "elite cultural"?

Ehehehehehehehe! LLLLLLLLLLLLOOOOOLLLLLLLLLLLL!

Anónimo disse...

não são só os encenadores que podem gerir teatro... estamos a falar de DIRECÇÃO ARTÍSTICA. E alguém que diz que sem o outro seria um desastre na estética...
Mas, já agora, gostava que me desse um nome de um director de um teatro nacional europeu que o director não seja ou tenha sido um encenador de renome.

Você é daqueles que acha que um teatro se gere com os mesmos critérios que um supermercado.(e esta não dá vontade de rir)

"à Portuga"... digo-lhe que não sou português e vivi trinta anos fora de Portugal.

Sim já agora digo-lhe que um Hospital em que o Gestor não tenha um bom director clínico ao lado, não funciona nem clinicamente nem financeiramente. O mesmo num tribunal sim. O sr anónimo deve ser português, vivido sempre em portugal e conhecer muito pouco da realidade lá fora.

à portuga!!!

Anónimo disse...

Estética (do grego aisthetiké: perceber, sentir) é um ramo da filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Estuda o julgamento e as emoções estéticas, bem como as diferentes formas de arte, do trabalho artístico; ideia de obra de arte e de criação; relação entre matérias e forma nas artes; toda a realidade, de todos os seres.

Como é que alguém que diz nada saber de estética dirige o nosso teatro nacional?

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 7:48

Elá... Se não é "portuga" então já conseguiu ser inculturado com o melhor da raça!!!

Esse argumento do viver lá fora é um bocado piroso, sabe??? Centra o reconhecimento do valor no factor "importação" e tem como consequência básica e imediata que se pague melhor aos estrangeiros que cá vem fazer coisas do que aos nossos talentos (será eventualmente o seu caso)!

Mas sim... vivi lá por fora uns anos (dois) e vou lá de vez em quando ver umas coisas (nem sempre com a sensação de ter valido a pena).

Mas já agora desfile lá o rol dos actuais directores artísticos de teatros lá de fora e que foram encenadores.

Olhe que sou um seu leitor atento.

Deixe-me dizer-lhe, no entanto, que a crítica que dirigiu à direcção artística do TNDMII se aplica, no seu ponto de vista, também, pelo menos, ao Sr. Jorge Salavisa e ao Sr. Diogo Infante (isto para não o aborrecer com uma interminável lista de nomes de directores artísticos de teatros portugueses que não são nem nunca foram encenadores).

E olhe que não me parece que estejam pior servidos por isso.

Pedia-lhe o favor de não me atribuir coisas que não disse. Não me lembro de ter falado em supermercados! E pedia-lhe também que respeitasse a minha opinião tanto como eu respeito a sua!

Sabe que em Portugal temos uma longa tradição de tolerância e abertura a outras culturas. Nem todos os que cá vivem chegam a aprender!

Nesse aspecto sou um portuga orgulhoso!

Quanto à questão dos médicos e dos hospitais, dos juízes e dos tribunais, dos professores e das escolas... já vi que não vale a pena discutir o assunto consigo!

Anónimo disse...

Em primenro lugar peço desculpa se dei algum sinal de desrespeitar a sua opinião. Limite-me a responder no mesmo registo do seu comentário.
Quando falo em encenadores é porque é um dos muitos requesitos de um percurso profissional que sustente os critérios de escolha de alguém para nomear uma direcção de um teatro nacional. Pode ser coreógrafo, escritor, pensador, mas, ligado às artes - Artista.
Senão é como um chefe de cozinha que não sabe cozinhar...
O chato deixou um comentário que revela bem a direcção do TNDMII.
Não percebe nada de Estética?
Mesmo retirando a designação filosófica, existe outra mais comum aplicada a partir do séc. XVIII, por Baumgarten, à ciência que compreende o estudo das obras de arte e o conhecimento dos aspectos da realidade sensorial classificáveis em termos de belo ou feio.
Alguém que diz publicamente que não sabe o que é belo e feio, não sabe então que este é o começo da designação de Arte...
É como um pintor dizer que não percebe nada de cores e luz, um cozinheiro dizer que não persebe nada de paladares, etc...
Não lhe chega ou quer falar dos triangulos e da programação do Trindade nos últimos 10 anos?
Quanto aos directores dos Teatros na Europa, estão disponíveis na internet. É só procurar.

Anónimo disse...

Sobre teoria da estética e filosofia da arte proponho a leitura de:
"Estudos de estética e filosofia da arte numa perspectiva adorniana"
de Alvaro L. M. Valls

Cultivem-se em vez de se insultarem.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 3:31

Leia com mais atenção. O meu comentário não lhe atribuiu afirmações que não proferiu e qualificou apenas as que proferiu.

E vejo que continua sem fundamentar as suas opiniões!

"É um dos muitos requesitos de um percurso profissional que sustente os critérios de escolha de alguém para nomear uma direcção de um teatro nacional" -> agradecia que me dissesse de que lei é que retirou isto ou se é só a sua opinião.

Não me cabe a mim estar a fazer propaganda ao CV académico e profissional do Director do TNDMII, mas é para mim evidente que você o desconhece.

E não! Os seus argumentos não me chegam!

Lembro-lhe que o Trindade é um equipamento pertencente ao INATEL e que serve os propósitos deste instituto. Já perguntou porventura ao Presidente do mesmo o que acha do trabalho lá desenvolvido nos últimos anos?

Veja em Vá a http://www.inatel.pt/tempolivre/175/editorial.htm

Se, no entanto, estiver interessado também na minha opinião sobre o assunto, informo-o que aplaudo ruidosamente o papel que tem sido desempenhado pelo Teatro da Trindade (não pelos pressupostos mas pelos resultados).

Nem todas as salas têm como vocação a vanguarda artística na sua expressão às vezes tão balofa. Qualificar a direcção do Trindade como populista pelo facto de não ter essa ambição é, no mínimo, um tiro falhado.

Anónimo disse...

E para si, ó chato... se eu precisar da sua ajuda, eu digo-lhe!!!

Anónimo disse...

caro anónimo das 4:55,

Resumindo: o sr anónimo acha que uma pessoa que diz não perceber nada de estética deve estar à frente do TNDMII.

Respeito a sua opinião.

Mas acredite que conheço o CV do fragateiro melhor que você. até sei onde ele andou a tirar apontamentos para fazer o doutoramento e como o conseguiu e os contactos que foram feitos, via Partido Socialista, para chegar a director do TNDMII.
Ainda me lembro do "Tem cuidado não molhes os pés" no inicio dos anos 80, no Teatro Experimental de Leiria ou o "mas afinal quem é o frank" na Efémero. Duas obras primas. viu?
Cumprimentos anónimos

Anónimo disse...

Caro Anónimo,

Ainda bem que respeita a minha opinião. Acredite que também respeito a sua.

Não. De facto não vi as obras primas que refere. Mas tenho pena.

Cumprimentos e votos de um excelente 2007.

Anónimo disse...

ok sr. anónimo das 4:56.
Estou disponovel para o ajudar quando precisar. Sou um bom samaritano. Mas olhe que não faço milagres...

Anónimo disse...

O Fragateiro é mesmo feio coitado. É inestético postar fotografias dele.
Devia ser proibido!