Dança
Menos
Censura ao trabalho de Ana Borralho e João Galante
O caso passou-se em Março e envolveu a participação da dupla de performers Ana Borralho e João Galante no festival Mira!, que, por ordens da administração do Thèâtre Nacional de Toulouse (TNT), dependente da Mairie de direita UMP – o partido do 1º Ministro e do Presidente da República, Jacques Chirac -, foi cancelada. A história acaba por ser um dos resultados da longa campanha de restrições morais que a direita francesa tem vindo a impor aos programadores e teatros e que, no caso do Mira!, tem antecedentes, já que a má recepção de um espectáculo do argentino Rodrigo Garcia refreou os ânimos e os desejos de controvérsia, uma vez que estavam em causa os financiamentos do próprio teatro e festival. A peça mistermissmissmister, que envolvia nudez e erotismo, foi cancelada depois da dupla de performers ter recusado apresentá-la em condições opostas às previamente acordadas. O caso mereceu uma vigorosa resposta internacional da REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea e teve repercussões no próprio festival, com o lugar da criação portuguesa no contexto europeu a ser amplamente discutido pelos presentes e o vídeo da performance a ser mostrado no auditório do TNT. Ver aqui notícia publicada na altura e comunicado da REDE.
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Censura ao trabalho de Ana Borralho e João Galante
O caso passou-se em Março e envolveu a participação da dupla de performers Ana Borralho e João Galante no festival Mira!, que, por ordens da administração do Thèâtre Nacional de Toulouse (TNT), dependente da Mairie de direita UMP – o partido do 1º Ministro e do Presidente da República, Jacques Chirac -, foi cancelada. A história acaba por ser um dos resultados da longa campanha de restrições morais que a direita francesa tem vindo a impor aos programadores e teatros e que, no caso do Mira!, tem antecedentes, já que a má recepção de um espectáculo do argentino Rodrigo Garcia refreou os ânimos e os desejos de controvérsia, uma vez que estavam em causa os financiamentos do próprio teatro e festival. A peça mistermissmissmister, que envolvia nudez e erotismo, foi cancelada depois da dupla de performers ter recusado apresentá-la em condições opostas às previamente acordadas. O caso mereceu uma vigorosa resposta internacional da REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea e teve repercussões no próprio festival, com o lugar da criação portuguesa no contexto europeu a ser amplamente discutido pelos presentes e o vídeo da performance a ser mostrado no auditório do TNT. Ver aqui notícia publicada na altura e comunicado da REDE.
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Mark Deputter
Pelo facto de ser o director artístico do regressado Alkantara festival e programador do Teatro Camões, Mark Deputter impõem-se como a grande figura da dança em 2006, ao assinar duas programações que cruzam grande parte da realidade contemporânea nacional e internacional, numa abrangência de públicos, estéticas e modelos coreográficos. No caso do Alkantara festival, ao insistir na necessidade de um festival de artes performativas para a cidade de Lisboa – a única europeia que não tinha um festival internacional -, mas abrindo a dança à relação com o teatro e a performance. Deputter conseguiu reunir os programadores dos mais importantes e diversificados espaços da cidade para um festival que abanou – mesmo que os espectáculos fossem de qualidade irregular e a precaridade de condições de trabalho pusesse a nu muita desorganização -, o morno contexto cultural pré-verão. Depois de quatro anos de ausência, e numa altura em que os riscos na cultura estão dependentes de eficazes rentabilidades financeiras, o trabalho de Mark Deputter e da sua equipa, merece ser elogiado e ver rapidamente garantidas as condições de continuidade.
Pelo facto de ser o director artístico do regressado Alkantara festival e programador do Teatro Camões, Mark Deputter impõem-se como a grande figura da dança em 2006, ao assinar duas programações que cruzam grande parte da realidade contemporânea nacional e internacional, numa abrangência de públicos, estéticas e modelos coreográficos. No caso do Alkantara festival, ao insistir na necessidade de um festival de artes performativas para a cidade de Lisboa – a única europeia que não tinha um festival internacional -, mas abrindo a dança à relação com o teatro e a performance. Deputter conseguiu reunir os programadores dos mais importantes e diversificados espaços da cidade para um festival que abanou – mesmo que os espectáculos fossem de qualidade irregular e a precaridade de condições de trabalho pusesse a nu muita desorganização -, o morno contexto cultural pré-verão. Depois de quatro anos de ausência, e numa altura em que os riscos na cultura estão dependentes de eficazes rentabilidades financeiras, o trabalho de Mark Deputter e da sua equipa, merece ser elogiado e ver rapidamente garantidas as condições de continuidade.
Mas este destaque não elogia somente o trabalho de Deputter, mas também a própria directora da Companhia Nacional de Bailado, Ana Pereira Caldas que surpreendeu e dividiu a comunidade da dança ao apostar em Mark Deputter para o lugar de programador do Teatro Camões. A directora da CNB, responsável pelo espaço, soube perceber a que obriga a ambição de criar um teatro para a dança, jogando inclusive com a credibilidade da própria CNB no pós-Ballet Gulbenkian. Se a chegada da CNB ao Camões representou um acréscimo de público para a companhia que se viu, finalmente, com um espaço para trabalhar, apresentar espectáculos e criar hábitos de frequência, a programação apresentada no segundo semestre, mas sobretudo a anunciada para 2007, à qual se junta a regular programação da CNB na sua função de repertório clássico e contemporâneo, permitem perceber o que se anda a fazer cá e lá fora, sem prejuízo de dominância de gostos. A programação do Camões, com o seu ridículo orçamento, promete alterar o modo como se vê, se pensa e se dialoga no vasto campo da dança, área eternamente negligenciada na hierarquia artística. Assim deixe a anunciada fusão da CNB com o Teatro Nacional S. Carlos.
4 comentários:
E de dança mesmo? Não tem nada a destacar?
Nenhum criador? Nenhum intérprete? Nenhuma obra?
Sim senhor!
É só política cultural!!!!
a lista de escolhas de espectáculos será publicada na quinta-feira. o facto de serem só escolhas de política cultural tb diz muito, ou não acha?
Sim, sim... oh se diz!!!!!
Este blogue também faz censura. Apagou um comentário que expessava uma opinião sobre as fotos das capas da "Obscena" como tendo uma estética gay.
Esta opinião não é ofensiva do meu ponto de vista. É igual a dizer, machista, piroso, sexista, esquerdóide, fascista, etc
Liberdade de expessão sem ofensa pessoal
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