O ciclo Let's dance, pensado pelo programador do Teatro Camões Mark Deputter, propõe amanhã a apresentação de «Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois», de Vera Mantero. Uma peça de 1991, onde o discurso da coreógrafa assumia contornos específicos: a reflexão sobre o corpo em palco.
Vera Mantero disse-o repetidamente, a propósito da peça: “A minha relação com a dança gira à volta das seguintes questões: o que é que a dança diz? o que é que eu posso dizer com a dança? o que é que eu estou a dizer quando estou a dançar?”. E a origem de «Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois» está, precisamente, nessa busca. Criada em 1991, em pleno surgimento do movimento Nova Dança Portuguesa, a peça foi pensada para o festival Klapstuck, na Bélgica, e caracteriza-se por uma explosão do movimento, aparentemente sem controlo. Mas, na verdade, trata-se da construção de uma fluidez (se é que tal é possível), da procura de um outro estado, quase de insconsciência, onde o corpo possa existir livre.
Nessa liberdade, interessa o modo como a própria autora se pensa: "A arte, a criação, são das coisas que mais me interessam na vida, mas parece que, cada vez que me ponho a fazer qualquer coisa nesse campo, deixo imediatamente de acreditar nela. E depois acabo por deixar de acreditar na própria vida e noutras coisas por aí fora". Esta descrença esteve, precisamente, na origem da peça: "Eu não queria fazer esta peça. Felizmente houve alguém (o Bruno Verbergt, do festival Klapstuk) que me pôs um palco à disposição e me disse para fazer em cima dele exatamente aquilo que precisasse fazer. Foi o que eu fiz". E, por isso, ganhou dois prémios com esta peça: Festival Mudanças 1994 e Rencontres Choréographique de Bagnolet 1996.
Uma oportunidade única e a não perder, amanhã, no Estúdio do Teatro Camões.
Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois
de Vera Mantero
Teatro Camões, 12h00
Mais informações: 21 892 34 70 info@cnb.pt
Ler entrevista e perfil de Vera Mantero publicados neste blog.
as citações usadas neste texto foram retiradas daqui.
Vera Mantero disse-o repetidamente, a propósito da peça: “A minha relação com a dança gira à volta das seguintes questões: o que é que a dança diz? o que é que eu posso dizer com a dança? o que é que eu estou a dizer quando estou a dançar?”. E a origem de «Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois» está, precisamente, nessa busca. Criada em 1991, em pleno surgimento do movimento Nova Dança Portuguesa, a peça foi pensada para o festival Klapstuck, na Bélgica, e caracteriza-se por uma explosão do movimento, aparentemente sem controlo. Mas, na verdade, trata-se da construção de uma fluidez (se é que tal é possível), da procura de um outro estado, quase de insconsciência, onde o corpo possa existir livre.
Nessa liberdade, interessa o modo como a própria autora se pensa: "A arte, a criação, são das coisas que mais me interessam na vida, mas parece que, cada vez que me ponho a fazer qualquer coisa nesse campo, deixo imediatamente de acreditar nela. E depois acabo por deixar de acreditar na própria vida e noutras coisas por aí fora". Esta descrença esteve, precisamente, na origem da peça: "Eu não queria fazer esta peça. Felizmente houve alguém (o Bruno Verbergt, do festival Klapstuk) que me pôs um palco à disposição e me disse para fazer em cima dele exatamente aquilo que precisasse fazer. Foi o que eu fiz". E, por isso, ganhou dois prémios com esta peça: Festival Mudanças 1994 e Rencontres Choréographique de Bagnolet 1996.
Uma oportunidade única e a não perder, amanhã, no Estúdio do Teatro Camões.
Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois
de Vera Mantero
Teatro Camões, 12h00
Mais informações: 21 892 34 70 info@cnb.pt
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