quinta-feira, abril 28, 2005

Figuras da Dança no Cinema

Prossegue amanhã o ciclo que Ricardo Matos Cabo programou para a Culturgest, Figuras da Dança no Cinema.

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Foto: Tutuguri - Tarahumaras 79 de Raymonde Carasco courtesy of Régis Hébraud

Este programa centra-se nas formas de representação do movimento no cinema, partindo da dança como terreno fértil de invenção figurativa e da história estética e teórica comum às duas artes. Em 1927, na sua reflexão sobre o cinema como arte plástica, o historiador de arte Elie Faure identificou uma genealogia comum à dança e ao cinema na base de uma "cineplasticidade" para que contribuiriam a ideia de constituição de um espaço, uma duração, um ritmo, uma intensidade, condições modulatórias da representação nas duas artes. Figuras da Dança no Cinema propõe percorrer em quatro módulos caminhos diversos que tomou esta reflexão sobre a constituição da figura e a representação do movimento no cinema pensada através da dança. Isolam-se questões comuns revelando autores que tomaram a dança, a coreografia e o gesto como estímulos criativos de constituição metafórica de um mundo em movimento. Para a introdução a este tema escolheram-se autores que desenvolveram igualmente uma obra de escrita considerável sobre os cruzamentos entre o cinema e a dança.
Ricardo Matos Cabo

3º Módulo 28, 29 e 30 de Abril
Raymonde Carasco e os Tarahumaras
Selecção dos filmes realizados no México sobre os rituais dos índiosTarahumaras a partir dos escritos de Antonin Artaud
Com a presença de Raymonde Carasco e Régis Hébraud

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Foto: Gradiva - Esquisse I de Raymonde Carasco courtesy of Régis Hébraud

sessões:
28 Abril às 21h30: Deslocações e citações: as origens
29 Abril às 21h30: Motivos e hieróglifos Dinâmicos
30 Abril às 18h30: Primeiros elementos para um retrato do vidente + "Tarahumaras 2003 - La fêlure du temps" de Raymonde Carasco
30 Abril às 21h30: O culto do mistério

"Quando descobrimos a obra de Raymonde Carasco, uma das obras cinematográficas mais exemplares deste século, parece que o cinema atingiu por fim os ideais do Romantismo Alemão: "Se quiseres entrar nas profundezas da física, inicia-te nos mistérios da fantasia" (Schlegel).
Como é que o cinema acede à verdade poética dos fenómenos, de que modo é que a descrição sensual das aparências e das particularidades se pode converter num tal "canto magnético"? Isso deve-se antes de mais à natureza da procura: Raymonde Carasco não partiu para o México para pilhar e roubar o imaginário dos Tarahumaras, mas sim no rasto de Antonin Artaud para verificar de forma empírica o encontro do real com um texto sagrado da modernidade. É por essa razão que a sua pesquisa não consiste numa investigação clássica (elucidar, revelar e divulgar) mas numa aliança sensível: usufruir o privilégio de estar, aceitar que nem tudo é visível, pôr lentamente em destaque alguns traços, em relevo alguns movimentos, alguns signos da beleza afectiva antes de pretender a compreensão das coisas, partilhando, não o segredo, mas o culto do segredo, do mistério e do transe..."
(Nicole Brenez, Texto de apresentação da retrospectiva Tarahumaras de Raymonde Carasco na Cinémathèque Française de Paris, Salle des Grands Boulevards, 17 de Setembro a 29 de Outubro de 1999)

O texto programático pode ser lido aqui. O programa do ciclo pode ser descarregado aqui, em pdf

informações enviadas por e-mail por Ricardo Matos Cabo e a partir do site da Culturgest

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