quinta-feira, outubro 28, 2004

Natércia Freire


Hoje, no seu 84ª aniversário. Resistir, resistir. Consigo Natércia.




Canção do Verdadeiro Abandono

Podem todos rir de mim,
podem correr-me à pedrada,
podem espreitar-me à janela
e ter a porta fechada.

Com palavras de ilusão
não me convence ninguém.
Tudo o que guardo na mão
não tem vislumbres de além.

Não sou irmã das estrelas,
nem das pombas nem dos astros.
Tenho uma dor consciente
de bicho que sofre as pedras
e se desloca de rastros.

Sobre Natércia Freire, neste blog. (1, 2, 3)

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