Água de sombra III
Ao pensar-se o trabalho de Natércia Freire é, também, e tomado-o como “um” exemplo ao contrário de “o” exemplo, pensar a história de um Portugal cultural no século XX mais rico, nos seus diversos aspectos: na relação dos artistas com o poder; o papel das mulheres e as várias noções de mulher em virtude das circunstâncias onde se inscrevem; as influências etnográficas nos processos artísticos; a separação dos campos profissionais e pessoais; os percursos internos que os criadores fazem são tudo temas que tomam uma outra importância quando analisados em conjunto e confronto.
Há dezenas de nomes, acontecimentos, lugares que permanecem desconhecidos e que é importante (re)descobrir. “Em toda a literatura contemporâea se reflecte a angústia e a interrogação de cada homem, frente ás verdades da vida - que as verdades da vida não são todas iguais. Por isso os homens são diferentes e os escritores são diferentes. Que obceca um artista, o preocupa ou provoca é sempre um caso que só na essência se parecerá com outro caso. Mas as raízes, a seiva que lhe dão alento estão na personificação do próprio autor, agem e reagem consoante o sistema circulatório de cada inspiração.” (Diário de Notícias, 07 Julho 1961)
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