III parte
ler I e II parte
A quarta semana de United Kingdom podia ser designada como “a semana das revoluções cortesãs”. A corte entrou num conflito político, ideológico e até pessoal, o que criou repercussões na estabilidade do reino durante as performances e até fora delas. Reinados foram substituídos por monarquias absolutas, anarquias e até tentativas de democratização do reino, reis abdicaram do seu trono, outros foram destituídos, outros arrancados à força do poder. O que poderia ser visto como uma destabilização e fragilização da performance, resultou num reforço dramaturgico e até num possível clímax em algumas das performances. Embora os resultados nas relações dos membros da corte e do “Inner Circle” tenham adquirido novas dinâmicas e posições menos favoráveis à estabilidade da comunidade.
Não é exclusivo desta semana, mas cada vez mais, membros do público são convertidos em performers, em grande parte por iniciativa própria. Mas, contrariamente ao que acontecia no início do processo, a selecção tornou-se mais exigente, sendo assim admitidas pessoas com alguma experiência performática ou artística em geral, permitindo um desenvolvimento compatível com o adquirido pelo restante grupo. Os reforços passaram também pela inserção de novos elementos dramaturgicos, nomeadamente a “cerimónia do chá” e a nomeação do próximo rei/rainha, que pode ser vista como um possível fim de cada performance. Isto permite o prolongamento dos actos ritualistas aos quais a performance pretende chegar. Foi também integrada a participação de um DJ e um músico, que reagem ao ambiente criado em cada uma das etapas da performance, “utopical as the rest”, mas permite uma leitura mais clara do caos que se instala consecutivamente em U.K.
Em suma, uma semana de provas emocionais (até dramáticas) que faz adivinhar uma outra – a final - cheia de surpresas…
Paulo Guerreiro
ler mais sobre o projecto. Na foto: Paulo Guerreiro, membro do Inner Circle.© Philipp Wittulsky
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