A coreógrafa francesa Julie Nioche recebeu ontem o prémio Encontros Imediatos III, atribuído pelo público do Alkantara festival, com o espectáculo Les Sisyphe X 10. A proposta partia do mito de Sísifo para lidar com um movimento crescendo de tensão e expectativa. Originalmente apresentada com um grupo de adolescentes, a versão mostrada no Alkantara festival foi criada a partir do trabalho desenvolvido com os doentes internados na psiquiatria do Hospital Miguel Bombarda. A intérprete e coreógrafa mantinha-se num mesmo espaço deixando-se contaminar pela música The End, dos The Doors, esperando que o espaço fosse invadido pelos doentes mentais. A ideia de persistência, tanto física como psicológica, procurava anular a eminência do falhanço. Les Sysyphe X 10 foi uma das 16 propostas escolhidas por um júri constituído por Mark Deputter, director artístico do festival, Susana Martinho, directora de produção da estrutura Rumo do Fumo e Tiago Guedes, coreógrafo e vencedor da última edição (2002) com Um Solo. As propostas de teatro, dança, performance, instalação e vídeo, foram apresentadas ontem, na terceira edição dos Encontros Imediatos, ocupando armazéns, montras de lojas, hospitais, jardins, palacetes, edifícios públicos e museus. Julie Nioche terá agora a oportunidade de desenvolver o seu trabalho numa residência criativa de 20 dias no Rio de Janeiro.
Ler crítica de Gerard Mayen, publicada no site da revista francesa Mouvement
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O Melhor Anjo publicará amanhã a crítica aos Encontros Imediatos III .
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