de Bruno Beltrão/Grupo de Rua de Niterói
CCB, 10 e 11 Junho
excerto de texto de Arnd Wesemann, editor da Ballet-Tanz, publicado no idança
"Hey, eu tenho respeito", diz Bruno Beltrão, amavelmente: "Okay, o que eu faço não é HipHop." Os garotos da rua é que devem definir o que é e o que não é HipHop. Mas os seus críticos, que amam dança artística, não aceitam tanta subestimação. Eles o comparam a William Forsythe. Assim como este coloca o Ballet em um contexto contemporâneo, também deu certo no HipHop para Bruno Beltrão recarregar a Breakdance com inteligência de composição, fabricar um condensado e não apenas derramar a Streetdance sobre o palco, mas respeitar as regras do Teatro. Isso combina com o HipHop. Respeito às leis. Assim é certo. Manter sempre a bola baixa, para ela girar do jeitinho exato: isso funciona.
O jornal O Globo, há pouco tempo, condecorou Beltrão como coreógrafo do ano, e logo depois, sete co-produtores europeus lhe deram tanto dinheiro que ele pôde realizar dois sonhos: o de finalmente conhecer o Brasil inteiro, pois de outra forma, não se pode imaginar o quanto o próprio país é inacessivelmente grande, e depois, o de formar uma companhia de dança maior, não com apenas cinco homens como no seu último espetáculo de sucesso "Telesquat", mas com quatorze homens como força de combate.
Assim é a tradição brasileira: não pensar pequeno, mas pensar grande, e com uma banda bem formada fazer muito sucesso. Não se conhece muito por aqui os pequenos grandes solistas, duos e trios. E foi assim que se chegou a este momento, que de um só golpe, fez Beltrão famoso: Quando foi dito, pela última vez, que na Dança Contemporânea se dança? A sede pelo fim do anti-virtuosismo já é tão enorme, que em um espetáculo como H2, 2005 se experiência um suspiro de alívio de cem pessoas: Finalmente! Aplausos espontâneos um atrás do outro.
Sem comentários:
Enviar um comentário