Relógios de Lisboa (I)
- o do quartel do carmo
Vê-se da Praça do Rossio, sempre envolto em neblina. É enorme, branco, de pedra e não toca. É um relógio silencioso, pelo menos à distância. Parece saído de um filme do Murnau, especialmente quando a luz da lua cheia reflecte mais as horas que os minutos. É um relógio que contempla, em vez de contracenar com a cidade. É um relógio solítário. De uma solidão intimidante. Uma solidão que nos acompanha. Todas as horas, mas mais à noite.
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