A falta que a cultura nos faz
Li ontem, no PÚBLICO, e ainda a propósito do post abaixo sobre a situação do Teatro Nacional S. Carlos, a notícia sobre a crise instalada no Teatro La Scala, em Milão, provocada pela ruptura que o seu director-geral, Carlo Fontana, quer impor ao insistir na apresentação de óperas populares para compensar o aumento de lugares que o novo espaço de apresentação representa: mais 600 que os 2600 que tem o La Scala. Ricardo Muti, o director musical desde 1986, opôs-se a tal opção avisando que o teatro está “em risco de declínio”.
Ás acusações de que o director musical e maestro quer fazer do La Scala um teatro de elites e a ideia do director-geral de que a cultura é para todos, junta-se a comunidade política de Milão, ciente do poder político e financeiro do teatro. Se uns acham que as decisões devem caber ao maestro, outros há que suspeitam das verdadeiras razões desta questão, nomeadamente a vontade do governo de Berlusconi querer impor a substituição do director-geral. Esquerda e direita concordam, no entanto, que o futuro do Teatro La Scala é demasiado importante para se perder assim, em acusações, algumas delas muito falaciosas. E estão dispostas a intervir, se for esse o caso.
Em Portugal, não ouvi ninguém da esquerda que sabe que a cultura não é só património a referir-se à ilusão que se chama Teatro Nacional S. Carlos. Questão de somenos? E quando for a altura de pedir convites?
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