Até que deus é destruído pelo extremo exercício da beleza
de Vera Mantero & guests
Teatro Municipal da Guarda
de Vera Mantero & guests
Teatro Municipal da Guarda
hoje às 21h30
Há corpos compostos por palavras que se transformam em sons que lembram imagens. Há um intrincado discurso sobre a presença do intérprete em palco, o modo como os processos criativos transformam as peças, as expectativas de quem cria, e sobretudo de quem vê, e a inscrição do movimento numa sociedade de hiper-exposição e degenerado consumo. A singular peça de Vera Mantero é um dos pontos mais altos de um percurso que repensa, em vez de recusar, as definições. Os corpos, de aparente imobilidade, embalam-nos numa polémica reflexão sobre a dança, deixando-nos angustiados pela coerência em que se apresentam. [texto publicado no suplemento Y, 29 Dezembro 2006]
1 comentário:
Foi dos trabalhos mais desinteressantes que já assisti nos últimos tempos. Podemos escrever uma tese de doutoramento sobre aquele longo exercício levado a cena... mais um, dos muitos... O curioso é que nenhum dos performers/intérpretes/ bailarinos (com excepção da própria Vera), assim como nenhum elemento criativo (set designer, light designer e afins) ser fruto das safras portuguesas... O que me parece curioso é que a Vera teve que sair deste pequeno país em busca de novas linguagens e técnicas, na década de oitenta, regressando com novos saberes e apelando a uma nova forma de pensar a dança... o curioso é a não partilha desse conhecimento, e do seu grande talento, com os muitos jovens que tentam dançar/performar/actuar/pensar a dança e que não têm onde... ainda por cima subsidiada/apoiada pelo MC/IA. Outro ponto a reflectir e que me parece interessante é o facto da Vera ter sido uma crítica severa da dança de carácter mais técnico/formal, na formação de um bailarino/performer/intérprete e de integrar o seu elenco um bailarino com um passado recheado de Adams, Príncipes e afins. "Embalam-nos numa polémica reflexão sobre a dança" e acrescento, "Embalam-nos, até um estado de sonolência atroz, onde a polémica reflexão sobre a dança foi feita in loco pelos espectadores da culturgest que não conseguiram estar ao nivel de tão iluminado acto criativo". Os intérpretes/performers/bailarinos estão lindamente... são bprofissionais com qualidades indiscutives...
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