Foram hoje anunciados à imprensa os Prémios da Crítica atribuídos pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. O júri, composto por Maria Helena Serôdio (directora da Sinais de Cena), Ana Pais (Sol), João Carneiro (Expresso), Rui Pina Coelho e Jorge Louraço Figueira (ambos do Público), distinguiram as interpretações de Maria João Luís e João Lagarto com o Prémio da Crítica. Os dois actores foram distinguidos pelo seu trabalho, respectivamente, em Stabat Mater (Artistas Unidos) e Começar a Acabar (Teatro Nacional D. Maria II, Teatro do Bolhão e Os Crónicos).
Do trabalho da primeira, encenada por Jorge Silva Melo, os membros do júri ressalvam a raridade da oportunidade em "alguém nos proporcionar uma experiência tão emocionante; (...) Maria João Luís, com o seu trabalho em Stabat Mater, "com meia dúzia de bancos e quase sem sair do mesmo lugar, consegue isto, e consegue que quem a viu e ouviu nunca mais a possa esquecer. De João Lagarto, que também encenou, salientam "o solo tragicómico, vibrátil e intenso, em que revelou uma vasta gama de recursos expressivos e uma apurada leitura do universo beckettiano. Dominando com mestria as margens e o âmago da dramaturgia de Beckett – e dando corpo e voz à sua inteligente e coesa leitura – Lagarto respondeu habilmente ao desafio maior que este texto colocava: intuir nas figuras da narrativa deste particular autor irlandês uma exigência de teatralidade e de figuração cénica".
O júri atribui ainda três menções honrosas. Uma à dramaturgia de Trilogia Flatand, de Patrícia Portela, pela "excepcionalidade desta obra deriva[r] de uma aguda consciência dos sentidos que se podem gerar na relação entre os materiais cénicos do espectáculo, a que se alia ainda uma brilhante capacidade de jogar com um imaginário sensível e fascinante, a partir de uma atitude crítica relativamente ao mundo contemporâneo". Outra a Fernando Mota pela música e espaço sonoro do espectáculo Por de trás dos montes, do Teatro Meridional, "que condensam e reconstituem as paisagens sensoriais do nordeste transmontano de forma bela e singular, e em plena cumplicidade" o espectáculo encenado por Miguel Seabra. E ainda ao encenador João Mota pela concepção cénica do espectáculo Todos os que caem, na Comuna, que "recriava, com uma curiosa plasticidade inventiva, o universo de Beckett, jogando de forma viva com o imaginário radiofónico – os seus signos materiais e o seu simbolismo – e arquitectando uma atmosfera de realismo sonâmbulo em que, à fantasia de uma ruralidade imaginada, se aliava um humaníssimo grotesco".
Os prémios, criados com "o objectivo de destacar em cada ano artistas, criadores ou intérpretes, espectáculos, estruturas de produção, criação, difusão ou formação, bem como quaisquer outros eventos ou publicações que integrem o domínio das artes performativas e aos quais se reconheça uma invulgar contribuição para o panorama artístico nacional", serão entregues a 26 de Março às 18h30 no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.
9 comentários:
A seródio já vai ao teatro? E até vê os novos? E o joão mota agora é cenógrafo? E repete-se a boazinha da portela?
Que vergonha!
Palhaçada.
São sempre os mesmos fantoches. Já não há cú...
Vergonha não sei. Mas que são sempre os mesmos são. Parece que não existe mais criação teatral do que meia dúzia de companhias ou criadores. E como não se dá prémios a todos inventam-se menções honrosas. Estaria tudo correcto se percebessem quais os critérios. Mas são muito básicos. Porque é "bonito" ou "vibrátil e intenso", ou "curiosa plasticidade inventiva".
Isto é ridículo. Representam apenas um upgrade da justificação primária do género "porque sim". Porque sim é mais resposta do que estas justificações parciais e tendenciosas.
Mais interessante ainda é perceber as ligações entre alguns premiados e alguns elementos no júri.
Ligações entre premiados e membros do júri??? No teatro também???
Irra...
Pois é. E já se sabia quem ia ser premiado antes de o ser...
O assunto resolve-se na mesa de café e com os registos que estão nos telemoveis dos membros do juri...
É assim por cá...
pequenino, pequenino, o menino e a menina, o amigo e o que não se pode deixar de falar e ainda aquele que parece mal se não se falar. pode ser que ele fale mal e isso não queremos.
Assim como assim estamos todos contentes. Somos todos pequeninos e ninguém se chateia.
Pelos vistos há quem se chateie. A inveja é uma coisa muito feia. E faz mal ao estômago.
Olha olha...Agora quem denuncia a falta de ética de alguns é invejoso? Artistas com amigos no júri, compadrios e combinações prévias... De facto, não tenho estômago para tanto!
Não me parece haver inveja. Se o prémio desse dinheiro ainda vá lá que não vá.
Mas o conceito primário dos critérios é visivel e revela a existência do grupinho.
É natural num país pequenino haver um grupinho. Claro que se fosse um Grupo grande já teria de haver critérios claros e se não os houvesse dava bronca.
É facto que somos poucos, mas será que é correcto haver uma fornada de novos criticos e jornalistas da cultura todos saidinhos ou incluidinhos na fornada M.H. Serodio?
Não dá credibilidade nenhuma aos prémios nem às críticas e nem sequer às notícias.
- É falta de ética?
- É
- Mas acontece alguma coisa?
- Não
É como a IVG. poderiamos continuar eternamente com a lógica do Prof. Marcelo.
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