A páginas 48 escreve ele na sua Lápide: "Nunca tão longe/do princípio/e nunca tão perto/do fim". Pedro Carreira de Jesus, 28 anos, escreve sobre vontades de fuga e um permanente sentido de deslocação no seu primeiro livro de poesia, Dança (a três tempos), editado pela Papiro Editora.
O livro, lançado no passado dia 17 de Fevereiro é natural e assumidamente confessional porque “este corpo que diz/ é corpo de dizer, explicar, retorquir” (p.10). O autor divide o livro nesses três tempos, sons, ecos e silêncios, fechando-o com um amargurado epílogo, que dá nome à obra, onde escreve: “esquecidos os sentidos e/ esquecidas as sensações,/ tropeçámos em ruidosas acusações./ Quebrámos depois num silêncio possante,/ próximo, colossal, tenso./ Gélidos perante um universo de afectos que/não mostrámos, exaustos nos rendemos.”
É por isso que Dança (a três tempos) é um livro sobre o que nos escapa (ou lhe escapa) e essa desesperada tentativa de recuperação. Na apresentação a também autora Luísa Marinho apontava que a característica “mais presente é a existência de um tom autoconfessional, em que a visão do eu-poético perante o mundo – não o mundo de uma forma geral, mas o mundo interior, dos afectos, das relações com o Outro, com os outros que se cruzam de uma forma intensa com o eu – apresenta um certo desencanto. Mas esse não é um desencanto sem objectivos, fechado em sim mesmo. É esse desencanto à espera de uma catarse”.
Uma catarse que Pedro Carreira de Jesus espera encontrar na música, no amor, na crueldade e na resistência. Mas, prudente, vai dizendo: “enquanto gravito e/ porquanto não arrisco,/por dentro prudente crítico/ a peso de sarcasmo vigente/ o marasmo de valores/ em que acredito,/ medito vontades extremadas/ urgências autênticas esgaçadas,/ crentes dolentes/ do calado por adquirido/ e do engolido por não dito” (p.15).
Poesia de busca, poesia de incansável busca e no fim, apenas a palavra “Fim”.
O livro, lançado no passado dia 17 de Fevereiro é natural e assumidamente confessional porque “este corpo que diz/ é corpo de dizer, explicar, retorquir” (p.10). O autor divide o livro nesses três tempos, sons, ecos e silêncios, fechando-o com um amargurado epílogo, que dá nome à obra, onde escreve: “esquecidos os sentidos e/ esquecidas as sensações,/ tropeçámos em ruidosas acusações./ Quebrámos depois num silêncio possante,/ próximo, colossal, tenso./ Gélidos perante um universo de afectos que/não mostrámos, exaustos nos rendemos.”
É por isso que Dança (a três tempos) é um livro sobre o que nos escapa (ou lhe escapa) e essa desesperada tentativa de recuperação. Na apresentação a também autora Luísa Marinho apontava que a característica “mais presente é a existência de um tom autoconfessional, em que a visão do eu-poético perante o mundo – não o mundo de uma forma geral, mas o mundo interior, dos afectos, das relações com o Outro, com os outros que se cruzam de uma forma intensa com o eu – apresenta um certo desencanto. Mas esse não é um desencanto sem objectivos, fechado em sim mesmo. É esse desencanto à espera de uma catarse”.
Uma catarse que Pedro Carreira de Jesus espera encontrar na música, no amor, na crueldade e na resistência. Mas, prudente, vai dizendo: “enquanto gravito e/ porquanto não arrisco,/por dentro prudente crítico/ a peso de sarcasmo vigente/ o marasmo de valores/ em que acredito,/ medito vontades extremadas/ urgências autênticas esgaçadas,/ crentes dolentes/ do calado por adquirido/ e do engolido por não dito” (p.15).
Poesia de busca, poesia de incansável busca e no fim, apenas a palavra “Fim”.
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