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Desta vez o romancista inglês
David Lodge não se centrou nos dramas urbanos da classe média inglesa. A escolha para o seu mais recente livro,
Autor, autor recaiu no universo amargo e angustiante de um outro escritor inglês Henry James, em especial na tentativa deste em se tornar dramaturgo dado o falhanço de alguns dos seus romances. Na escrita de
David Lodge temas como a sexualidade, a criatividade e as relações entre as mais bizzaras personagens são ampliadas por uma lente demolidora que expõe ao ridículo os mais pequenos vícios, obsessões e falhas. Numa viagem fascinante pelo interior da realidade teatral e literária inglesa entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX,
Autor, autor (uma obra de ficção inteiramente real, diz o autor no preâmbulo do livro) há tempo para observar o funcionamento dos teatros, dos que neles se movem, as suas quezílias e ambições, as estratégias e os falhanços. Para além de Henry James percorrem o livro figuras como Oscar Wilde, Geordes du Maurier, Henry Irving e um sem número de nomes, todos eles manipulados pela adictiva acidez de David Lodge. O título recorda as palavras utilizadas pelo público de então que, no final da peça, costumava chamar o autor ao palco para os agradecimentos. Henry James vivia em pânico pela chegada desse momento.
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