Eurico de Barros "contribuinte cumpridor e espectador intermitente de teatro, que gostava de ir muito mais ao D. Maria II do que vai" deu hoje a ler, no Diario de Noticias, um texto sobre o que pensa acerca da crise no Teatro Nacional. O texto, que seria irrelevante se não fosse feito por quem é responsavel pela editoria do jornal, é profundamente gravoso, na forma e no conteudo. Sobretudo, porque insiste numa posição enviesada do que é a cultura. Diz o editor que gostava que o Teatro Nacional fosse "um lugar no qual encenadores e actores, permanentes, convidados ou em regime de residência, fossem capazes de apresentar ao público, com todos os efes e erres e sem "leituras contemporâneas" arrevezadas e deslocadas, por favor, os poucos mas enormes clássicos da dramaturgia nacional (chega de "versões", de "colagens" e de "adaptações" de Gil Vicente!)". E acrescenta: "além de se mostrar também o teatro português menos conhecido do passado e os grandes clássicos de sempre e todas as proveniências, se procurasse igualmente descobrir, estimular e dar a conhecer novos dramaturgos, que não os light, da moda ou os meros curiosos" O tom persecutorio e retrogrado é tão gritante quanto infeliz, que quase se imagina Eurico de Barros a presidir à refundação da Comissão de Leitura do TNDMII: "o D. Maria II é, antes de tudo o mais, a casa do teatro nacional", diz, recordando até que o Nacional deveria procurar apresentar o seu trabalho na televisão, uma vez que "a televisão em Portugal começou com teatro, e português O Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente". O editor, que assume não estar "comprometido com nenhum lobby ou grupo de influência", garante que "se o Teatro Nacional sediado no Rossio conseguir um dia andar muito perto disto, então terá aqui mais um espectador satisfeito e assíduo". Pena é que esse espectador seja editor de Cultura do jornal de referência que é o Diario de Noticias.
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8 comentários:
Lá está mais um que defende morangos com açucar...
com jornalistas da cultura do dn que assinaram a petição é natural que os editores se tornem permiáveis a posições parciais de apagar fogos incómodos.
Nunca mais compro o DN. (Também já não comprava, mas agora é que nunca mais compro).
E porque é possível que apareça assim um senhor, de nome feito na praça dos jornais, a dar juízos anacrónicos sobre o D. Maria II?
Se o D. Maria II tivesse consquistado o prestígio de uma Cornucópia, por exemplo, atraver-se-ia um tal senhor anacrónico a fazer críticas euricobarrienses?
Não creio...
Mil e tal assinaturas podem escrever-se contra uma substituição piparótica de um director do D. Maria II. Mas as pessoas que pagam os impostos que sustentam o D. Maria II estão-se nas tintas para tais assinaturas porque o D. Maria II nada lhes diz. E lagarto é para elas uma sardanisca grande e mais nada.
Tal deve mudar. O D. Maria II não pode ser só a preocupação de mil e tal assinaturas de gente das artes e da cultura, mas de um público, de uma cidade, e de um país.
O importante é que o D. Maria II consiga ser mesmo um teatro nacional, ou, pelo menos, um teatro da cidade. Se possível, um teatro respeitado mesmo por aquelas pessoas que não vão a teatros. Que é como quem diz, um teatro respeitado até por ministros, secretários de estado e até jornalistas teatro-anacronenses. Como o é a Cornucópia. Como o está quase a ser o Trindade.
Eu espero que esse novo director o consiga. Que faça a sala e ganhe um público. Não será fácil porque o desafio colocado pela D. Maria é muito exigente. Mas desejo-lhe felicidades. Para bem de todos. Inclusive, e se calhar sobretudo, para as mil e tal pessoas que de boa fé deram as suas assinaturas.
meu caro um espectador,
Deve ser bem pouco espectador. Pôr a cornucópia e o trinade no mesmo saco demonstra alguma ignorância. São diametralmente opostos. um é para pessoas minimamente cultas e o outro para ignorantes se sentirem minimamente cultos. Fazer do Teatro um comércio para o grande público não é difícil. faz-se um estudo de mercado e dá-se o que as pessoas querem ver. só que isso não é cultura, é entertenimento, que é óptimo existir mas não num Teatro Nacional. E se fosse esse o objectivo punham lá o la feria que é mil vezes melhor que o fragateiro que sempre desejou ser uma coisa entre UAU e Teatro Aberto e no trindade encomendou sucessos de Steve Martin (aquele actor americano de comédias broncas. E na sua entrevista ao expresso diz (a propósito da dramaturgia contemporânea internacional) que vai ter uma pessoa na internet a ver o que se passa em todo o mundo. É portanto a versão DRAMAT de carlos fragateiro. Não se deve fazer o fácil e mediocre para conquistar publico mas sim cultivá-los para serem sensíveis ao que não é básico. Se dermos só fast food a uma criança ela dificilmente vai gostar de um bom peixe grelhado e uma salada. A perguiça mental pode matar um país. ACORDEM!!!
meu caro um espectador,
Deve ser bem pouco espectador. Pôr a cornucópia e o trinade no mesmo saco demonstra alguma ignorância. São diametralmente opostos. um é para pessoas minimamente cultas e o outro para ignorantes se sentirem minimamente cultos. Fazer do Teatro um comércio para o grande público não é difícil. faz-se um estudo de mercado e dá-se o que as pessoas querem ver. só que isso não é cultura, é entertenimento, que é óptimo existir mas não num Teatro Nacional. E se fosse esse o objectivo punham lá o la feria que é mil vezes melhor que o fragateiro que sempre desejou ser uma coisa entre UAU e Teatro Aberto e no trindade encomendou sucessos de Steve Martin (aquele actor americano de comédias broncas. E na sua entrevista ao expresso diz (a propósito da dramaturgia contemporânea internacional) que vai ter uma pessoa na internet a ver o que se passa em todo o mundo. É portanto a versão DRAMAT de carlos fragateiro. Não se deve fazer o fácil e mediocre para conquistar publico mas sim cultivá-los para serem sensíveis ao que não é básico. Se dermos só fast food a uma criança ela dificilmente vai gostar de um bom peixe grelhado e uma salada. A perguiça mental pode matar um país. ACORDEM!!!
No fundo merecemos esta mediocridade. É fragateiro no nacional, qualquer dia musicais ligeiros no s. carlos, é a americanização do entertenimento e a tentativa de apelidar isso de cultura. arte fast food. um ensino que parte do principio que os alunos serão sempre incultos e portanto uma sociedade a estupidificar. merecemos pois não lutamos contra nem emigramos com bilhete só de ida. acomodamo-nos à mediocridade. MEA CULPA.
tanta arrogância , Meu Deus! Por isto ao nivel do bom teatro contra o mau teatro!
acho que é mais ao nível da cultura contra a incultura.
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