Torres Vedras, 2004. Foto: Rogério Nuno Costa
Começa este sábado, 19, a 3ª edição do festival A8 - Artes em curso, da responsabilidade da Transforma, sediada em Torres Vedras. A programação, este ano mais reduzida e em formato laboratorial assenta em quatro grandes eixos, todos eles conscientes da importância da relação com a comunidade. Assim, divide-se a programação em espectáculos, debates/investigação, exposições e envolvimento com a população. O Melhor Anjo apresenta aqui, em exlusivo, alguns dos eventos, desenvolvendo-os depois consoante a sua realização, uma vez que irá fazer por os acompanhar.
Os criadores seleccionados incluem os portugueses Rogério Nuno Costa, Teatro Praga, Patrícia Portela/Sónia Baptista, Nelson Guerreiro e os franceses ZUR (Zone Utopiquement Reconstituée). Rogério Nuno Costa apresenta FUI- Torres Vedras (24 a 27, vários locais e horários), mais um esboço do seu projecto FUI. Desta vez feito a partir de uma residência em Torres Vedras, a intenção é "tão simplesmente, sensibilizar as 'pessoas', habitantes da cidade, para o visionamento de espectáculos, deste e dos outros. A 'conquista do público' para o espectáculo transforma-se, assim, no 'espectáculo'.
O Teatro Praga estreia, em co-produção com a ZDB, Eurovision, onde é proposto " um espectáculo de visão particular, um objecto tremendo como a Europa e ao mesmo tempo pequeno como um vício ridículo. Numa sala, um actor propõe visões sobre um espaço performativo, mas ao mesmo tempo político, emocional, cultural, narrativo, sexual, tautológico... Um espectáculo multilíngue a três tempos: passado, presente e futuro.". Pedro Penim apresenta-se a solo, para escolas e público (22 a 25 Novembro, Loja Praga), num trabalho feito a partir de uma residência e que em 2006 se apresentará em Lisboa.
Patrícia Portela e Sónia Baptista juntam-se para formar a dupla Parasitas (19 a 27 Novembro, T-zero), assumindo que "fazem muita coisa, mas não dá para ver tudo. São parasitas espaciais, mentais, desejativas, desadjectivas, não existem por si próprias, nunca se concluem, e sobretudo, dependem do seu público para se manterem vivinhas". Nelson Guerreiro, regressado do Japão, recupera Guerrero Notebook, o espectáculo apresentado em 2003, agora dividido entre workshops, instalações, ciclo de cinema, conversas e residência artística. O mote geral é "partilhar com quem quiser embarcar nesta aventura de concretização de um projecto artístico na sua fase de pesquisa e experimentação, cujo itinerário se decide com companheiros de viagem imprevisíveis, de quem se espera contributos, escuta activa, ajuda nas decisões e imaginação nas sugestões.”
Há ainda a coreógrafa Teresa Prima, que em colaboração com Maria Lemos, António Lago e Vítor Rua, desenvolve, em workshops, um trabalho de experimentação e improvisação, a partir da obra do compositor Stockhausen. O grupo ZUR apresentá o projecto En-Chantillon, destinado a maiores de 10 anos.
No campo da investigação e pesquisa, destaque para o lançamento do livro Curadoria do Local, (26 Novembro, T-zero) uma obra que "resulta da compilação das comunicações e discussões desenvolvidas durante o “1.º Encontro Internacional sobre a Importância do Local no Pensamento e na Arte Contemporâneos”, realizado em Torres Vedras nos dias 24 e 25 de Setembro de 2004, no contexto do evento A8_ARTES EM CURSO, e conta com as contribuições de Patricia Brown, Anne Cauquelin, Anne Engel, Jeremy Hunt, Alan Read, Gabriela Vaz-Pinheiro, Roger Meintjes, Catarina Mourão e Teresa Fradique."
Para além disso, decorrerá o 2°Encontro Internacional sobre a Importância do Local no Pensamento e na Arte Contemporâneos (26 Novembro T-zero), com a presença de Gabriela Vaz Pinheiro, Pedro Gadanho, Cristina Grande, José natónio Fernandes Dias, Teresa Fradique, André Lepecki, Diogo Seixas Lopes, Daniel Tércio, Madalena Victorino e Miguel Von Hafe (alguns nomes por confirmar). O encontro tem como público-alvo profissionais da área da cultura, investigadores nas áreas das artes e das ciências sociais e humanas, professores e estudantes. Outras conversas incluem-se no âmbito da iniciativa Observatório (19, 21 e 23 Novembro, T-zero), que se faz de "momentos de discussão, de incursão no universo da criação artística. Assumem o formato de conversas e de momentos de observação estruturados, partilhados entre criadores e intervenientes de origens diversas."
Destaque ainda para a exposição Mapas em Mente, de Gabriela Vaz Pinheiro (várias datas e locais, até 04 Dezembro), em que o "objectivo primordial deste projecto é o envolvimento de secções da comunidade de cada uma das diferentes cidades em que o projecto tem lugar, que contribuem com a maior parte do material “bruto” das peças. Dentro do espaço de residência/exposição existirão várias mesas com cartões, texto, papel de desenho, etc, disponíveis para os visitantes produzirem novos materiais."
O Festival A8 abre e fecha com música, que se prolonga pela noite dentro.
Mais informações:
Tlf: 261 336 320
Última nota para lamentar a ausência de informação disponível, num evento que poderia servir para reflectir de forma mais abrangente problemáticas relacionadas com as artes performativas.
Informações enviadas por Rogério Nuno Costa
1 comentário:
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