A Fundação Calouste Gulbenkian vai acabar, em 2006, com o Ballet Gulbenkian, depois de 40 anos de intensa actividade. A história não é recente, e os comentários na comunidade eram recorrentes: 'aquilo já não era o mesmo há muito tempo'. Ainda assim, o Ballet Gulbenkian funcionou, efectivamente, como rampa de lançamento para um conjunto de criadores que hoje fazem a dança em Portugal. E também foi um valioso contributo para a divulgação da dança nacional no mundo. (ver aqui breve percuso do Ballet Gulbenkian) Em 2004 um dos seus mais novos bailarinos, Romeu Runa, recebeu o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte/Dança.
O fim do Ballet Gulbenkian (como o fim do programa de bibliotecas itinerantes ou do Festival de Música Contemporânea há algum tempo atrás) faz parte de um programa de restruturação, onde se inclui uma aposta na formação e outros leios alternativos, como aliás é visível pelo conjunto de cursos de criação e experimentação em várias areas (teatro, ópera, dança e brevemente artes visuais), ou o cada vez mais reduzido apoio a projectos de teatro. Grande parte da mais recente criação nacional existiu por causa da Gulbenkian.
Sendo uma instituição privada, também as suas obrigações são estritamente privadas, tal como a definição das orientações e objectivos. Mas não deixa de ser uma dura e cruel machadada o fim de um projecto como o Ballet Gulbenkian, numa altura tão frágil para a cultura em Portugal: congelamento de apoios, indefinição do papel do Instituto das Artes, intenção de negociação do estatuto do artista, instabilidade nas autarquias por causa das eleições, falta de capacidade de investimento das empresas aos projectos... E a mudança de estratégia da Gulbenkian mais não faz que denunciar um fraco sistema de alternativas e um débil tecido de produção, incapaz de responder aos impulsos criativos emergentes.
Está por avaliar o efeito que esta notícia vai ter na comunidade artística e na dança portuguesa em particular. E fica ainda por saber o modo como vai a Companhia Nacional de Bailado ser capaz de reagir a esta notícia, atendendo a que sempre viveu na sombra da contemporaneidade do Ballet Gulbenkian.
O fim do Ballet Gulbenkian (como o fim do programa de bibliotecas itinerantes ou do Festival de Música Contemporânea há algum tempo atrás) faz parte de um programa de restruturação, onde se inclui uma aposta na formação e outros leios alternativos, como aliás é visível pelo conjunto de cursos de criação e experimentação em várias areas (teatro, ópera, dança e brevemente artes visuais), ou o cada vez mais reduzido apoio a projectos de teatro. Grande parte da mais recente criação nacional existiu por causa da Gulbenkian.
Sendo uma instituição privada, também as suas obrigações são estritamente privadas, tal como a definição das orientações e objectivos. Mas não deixa de ser uma dura e cruel machadada o fim de um projecto como o Ballet Gulbenkian, numa altura tão frágil para a cultura em Portugal: congelamento de apoios, indefinição do papel do Instituto das Artes, intenção de negociação do estatuto do artista, instabilidade nas autarquias por causa das eleições, falta de capacidade de investimento das empresas aos projectos... E a mudança de estratégia da Gulbenkian mais não faz que denunciar um fraco sistema de alternativas e um débil tecido de produção, incapaz de responder aos impulsos criativos emergentes.
Está por avaliar o efeito que esta notícia vai ter na comunidade artística e na dança portuguesa em particular. E fica ainda por saber o modo como vai a Companhia Nacional de Bailado ser capaz de reagir a esta notícia, atendendo a que sempre viveu na sombra da contemporaneidade do Ballet Gulbenkian.
Ver notícia no DN de hoje.
1 comentário:
Eu até fiquei parvo qd ouvi a noticia na rádio :S e agora ao ler isto até me arrepiei. a crise afecta a todos, inclusivé a gulbenkian. agora.. se a gulbenkian não apoia as artes quem vai apoiar??
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