quinta-feira, maio 05, 2005

Figuras da Dança no Cinema
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Termina este fim de semana o ciclo Figuras da Dança no Cinema que Ricardo Matos Cabo comissariou para a Culturgest.

Este programa centra-se nas formas de representação do movimento no cinema, partindo da dança como terreno fértil de invenção figurativa e da história estética e teórica comum às duas artes. Em 1927, na sua reflexão sobre o cinema como arte plástica, o historiador de arte Elie Faure identificou uma genealogia comum à dança e ao cinema na base de uma “cineplasticidade” para que contribuiriam a ideia de constituição de um espaço, uma duração, um ritmo, uma intensidade, condições modulatórias da representação nas duas artes. Figuras da Dança no Cinema propõe percorrer em quatro módulos caminhos diversos que tomou esta reflexão sobre a constituição da figura e a representação do movimento no cinema pensada através da dança. Isolam-se questões comuns revelando autores que tomaram a dança, a coreografia e o gesto como estímulos criativos de constituição metafórica de um mundo em movimento. Para a introdução a este tema escolheram-se autores que desenvolveram igualmente uma obra de escrita considerável sobre os cruzamentos entre o cinema e a dança.

Ricardo Matos Cabo (texto programático completo aqui)

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Goshogaoka de Sharon Lockhart, 1997. Imagem cortesia de neugerriemschneider, Berlim

4º Módulo 5 e 6 de Maio
Transições críticas da dança para o cinema (a partir de Yvonne Rainer)
Filmes de Yvonne Rainer, Richard Serra, Babette Mangolte, Chantal Akerman, Jackie Raynal e Sharon Lockhart
sessões de dia 5 às 21h30
sessões de dia 6 às 18h30 e 21h30

O quarto módulo parte de cinco pequenos filmes realizados por Yvonne Rainer na década de 60 e que reflectem não só algumas da preocupações e explorações dos seus trabalhos coreográficos (e dos seus contemporâneos) como introduzem as questões que marcariam a transição quase definitiva para o cinema, nomeadamente para o cinema narrativo que caracteriza a sua obra nas décadas seguintes. Os cinco filmes concebidos inicialmente para ser integrados em coreografias sugerem uma série de estratégias "processuais" reflectidas por muito do cinema moderno que desafia os princípios da linguagem cinematográfica clássica. A escolha de filmes para este módulo ilustra algumas dessas abordagens comuns, entre as quais identificamos novas formas de organização do espaço, tempo e consequentemente uma redefinição da própria ideia de movimento, a redescoberta da intensidade do gesto a que se acrescenta o questionamento da função ideológica do corpo (através da emergência dos auto-retratos filmados, da reformulação das formas narrativas, da presença do corpo e do gesto no filme informadas pelos modos coreográficos). Cada filme introduz uma questão que surge complexificada, pensada de modo diverso nos filmes a que surge associada.

Mais informações sobre o ciclo e download de documentação aqui.

informações enviadas por e-mail por Ricardo Matos Cabo e a partir do site da Culturgest

1 comentário:

Roberto Iza Valdés disse...
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