domingo, abril 24, 2005

Livros em cadeia ou eu por atravessado nas páginas dos livros

O astianax encostou-me às estantes e lança o desafio:

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

O Melhor Anjo de Frank Ronan, claro. Livro de crença, de juventude e de sufocos. Livro-fundamental... para compreender tanta coisa e ainda assim livro-falta de chão. As desilusões estão todas ali. E depois viver pós-verdade. Chamam-lhe crescer.

Já alguma vez ficaste apanhadinh@ por um@ personagem de ficção?

O Tom Ripley, da série criada pela Patricia Highsmith. Os 5 livros são de uma frieza emocional disfarçadas de candura, que são, muitas das vezes, o contrário do que faço. E como eu gostava de "matar" algumas pessoas e não ser apanhado. O que me levava ao Patrick Bateman, versão filme. Mas há coisas que não se podem assumir.

Qual foi o último livro que compraste?

Duende, de António Franco Alexandre. Para oferecer, com dedicatória que quis ser o mais sincera possível.

Qual o último livro que leste?

Já não acabo um livro há mais de mês e meio. Acho que foi o The Swimming Pool Library do Allan Hollinghurst.

Que livros estás a ler?

Está dentro da mochila (acho...) um outro do Allan Hollingshurst, The Folding Star, mas não tenho paciência para pegar nele. Comprei-o em Londres porque sim, e agora arrependo-me. Com tanta coisa para comprar lá... Mas se a pergunta fosse "que livros devias estar a ler?"... a lista é volumosa: 2 livros de actas de congressos (para recensear), 1 biografia do Cecil Beaton (para prazer e deslumbre), o jornal de sexta feira que nem lhe peguei e uns quantos essenciais para entender algumas referências que de vez aparecem.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?

Ai!!!. Livros para uma ilha deserta é coisa que não me parece muito útil. E de nada me servia levar manuais, que não os entendo e já se sabe que os homens não pedem instruções. Mas há uns livros que costumo carregar, nem que seja mentalmente:

Iluminações e Une Saison en Enfer, de Arthur Rimbaud. Nas versões da Maria Gabriela Llansol e do Mário Cesariny;

Moderato Cantabile de Marguerite Duras;

Antologia Poética de Natércia Freire;

e depois levava uns quantos que ficam sempre por ler e que servissem não só para cabeceira, como para atirar contra alguém que fizesse da ilha coisa menos deserta: Dom Quixote, Em busca do tempo perdido (são 7 volumes e servia para atacar uns quantos reincidentes), todo o Garcia Marquez e quando acabassem, olha... esperava que já me tivessem encontrado. Mas eu nunca iria para uma ilha deserta. Já me bastam certos dias que tenho.

A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?

Ao Pedro Vieira, porque tenho saudades dos seus comentários sobre livrarias;

Ao veado_ , por causa das insónias [que entretanto recebeu do Boss e ripostou em directo para mim... fogo cruzado a altas horas da noite];

Ao Farpas, porque está sozinho por uns dias e pode ser que tenha tempo.