O homem que corre sozinho
Que Santana não é de confiar, já se sabia. Que não cumpre as coisas até ao fim (por imposição ou desistência), um dado adquirido. E que corre sozinho, é um facto. Mas corre para onde? E em nome de quê?
Ao ouvir as suas declarações de que pondera desistir da presidência do PSD se perder as eleições, resta-lhe o quê? Regressar à Câmara de Lisboa? Tornar-se observador/opinador sobre o país político? Atirar-se à presidência da República?
Santana é um homem de momentos. Poderia ser "do momento", mas é-o pelas piores razões. Quero acreditar que não têm noção de todas as coisas que diz ou faz, mas a meio deste pensamento lembro-me sempre de uma frase do Brecht: "depois de tanto tempo já não é azar, é incompetência". E, por isso, vai continuar a correr sozinho, a virar discursos, a ser permissivo, a atirar para todos os lados, a sorrir e a fingir que não ouve, não vê, não sabe. Santana corre sozinho porque, afinal, a fuga para frente é a melhor forma de poder dizer que se sobrevive. Mas a quê?
Sempre ouvi dizer que era um homem de campanhas, de estrada, de lutas. Mas o país não pode andar sempre em campanhas. Precisa de obra feita sem distracções. Precisa de algo mais que um soundbyte. Precisa de algo mais que uma ideia utópica de "fazer com o poder o que eu gostaria de fazer". Santana nunca será credível porque, em primeiro lugar, não acredita em si. Ou acredita demasiado. O que vai dar ao mesmo.
Em nome de "qualquer coisa", serve tudo. E o homem vai continuar a correr sozinho. Porque quer e porque não sabe fazer as coisas de outra maneira. Decerto outros países têm os seus exemplos parecidos. A nós, calhou-nos este. O que não é mau nem bom. E não é, sobretudo, culpa só de Santana. Mas de um país inteiro que desistiu de ser profundo e se substituiu ao momento. Até ao dia em que a conta vier.
E também não sei se Sócrates não é, no meio disto tudo, um mal menor.
Que Santana não é de confiar, já se sabia. Que não cumpre as coisas até ao fim (por imposição ou desistência), um dado adquirido. E que corre sozinho, é um facto. Mas corre para onde? E em nome de quê?
Ao ouvir as suas declarações de que pondera desistir da presidência do PSD se perder as eleições, resta-lhe o quê? Regressar à Câmara de Lisboa? Tornar-se observador/opinador sobre o país político? Atirar-se à presidência da República?
Santana é um homem de momentos. Poderia ser "do momento", mas é-o pelas piores razões. Quero acreditar que não têm noção de todas as coisas que diz ou faz, mas a meio deste pensamento lembro-me sempre de uma frase do Brecht: "depois de tanto tempo já não é azar, é incompetência". E, por isso, vai continuar a correr sozinho, a virar discursos, a ser permissivo, a atirar para todos os lados, a sorrir e a fingir que não ouve, não vê, não sabe. Santana corre sozinho porque, afinal, a fuga para frente é a melhor forma de poder dizer que se sobrevive. Mas a quê?
Sempre ouvi dizer que era um homem de campanhas, de estrada, de lutas. Mas o país não pode andar sempre em campanhas. Precisa de obra feita sem distracções. Precisa de algo mais que um soundbyte. Precisa de algo mais que uma ideia utópica de "fazer com o poder o que eu gostaria de fazer". Santana nunca será credível porque, em primeiro lugar, não acredita em si. Ou acredita demasiado. O que vai dar ao mesmo.
Em nome de "qualquer coisa", serve tudo. E o homem vai continuar a correr sozinho. Porque quer e porque não sabe fazer as coisas de outra maneira. Decerto outros países têm os seus exemplos parecidos. A nós, calhou-nos este. O que não é mau nem bom. E não é, sobretudo, culpa só de Santana. Mas de um país inteiro que desistiu de ser profundo e se substituiu ao momento. Até ao dia em que a conta vier.
E também não sei se Sócrates não é, no meio disto tudo, um mal menor.
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