De vez em quando a questão surge. É-se primeiro qualquer coisa e depois tem-se uma condição sexual ou a condição sexual é demasiado pressurante para impedir que qualquer outra definição se imponha?
No Renas e Veados a questão voltou a por-se com a atribuição do Booker Prize a Alan Hollinghurst. E entre as voltas que os discursos dão e aqueles que consideram necessária a classificação imediata fica a dúvida: para quê?
Um artigo de opinião de Colin Richardson, publicado anteontem no The Guardian, põe o dedo na ferida: «So which is it, then - gay writing or good writing? Or could it possibly be both?»
O AM tentou dissecar a questão, de forma bastante pertinente. Em resumo, «há três factores que conduzem a isso [a classificação]: a sexualidade do escritor, o enredo e a intenção com que se escreve. Neste caso, há que ter em conta que o autor Alan Hollinghurst afirma que “tento contar histórias a partir de um ponto de vista homossexual, mas assusta-me que as pessoas não queiram ver mais nada”. A partir do momento em que o faz, não há como não considerar o seu romance como um romance gay. Afinal, é o próprio que o afirma. E é-o, porque é também essa a intenção com que escreve o autor.»
Diz o autor: «I only chafe at the 'gay writer' tag if it's thought to be what is most or only interesting about what I'm writing. I want it to be part of the foundation of the books, which are actually about all sorts of other things as well».
Se assim é, The Line of Beauty (que a Asa vai editar na próxima Feira do Livro) acaba por ser só mais um livro.
E ainda bem. Afinal, se se dissesse que o Saramago perseguiu apolíticos no pós-25 de Abril isso iria alterar alguma coisa no endeusamento da criatura e da sua obra?
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