quarta-feira, outubro 27, 2004

a sesta que ninguém dormiu

Se Santana dormiu ou não dormiu a sesta não se sabe. Mas por vias das dúvidas, despediu os seguranças. Porque, supõe-se, se tiver dormido a sesta eles é que contaram tudo aos jornais.

Ora, eu não vejo mal nenhum em que o Primeiro Ministro durma a sesta. Por um lado, enquanto dorme não governa. Por outro, pode ser que tenha um sonho premonitório e saia de S. Bento.

Mas se de facto quiser dormir, que assuma isso. Qualquer um de nós gostaria de lhe seguir o exemplo, como em Espanha, e ceder ao quebranto pós-almoço.

De qualquer forma, o que é grave não é ele ter dormido a sesta (só num país de fait-divers é que uma coisa destas tem importância) mas ter optado por ir à Moda Lisboa em vez de ir ao jantar que o Presidente da República deu em homenagem ao Presidente de Moçambique. Diz Santana que já que ia estar com o PR moçambicano no dia a seguir, não via porque seria necessária a sua presença também à noite.

A mim soa-me a birra de menino que empurra as coisas com a barriga para não se lembrar dos deveres.

Mas se algum desprestígio tem esta "sesta que Santana não dormiu" não é para o PM. É para a Moda Lisboa, elle même. É que se o PM, que tinha acabado de sair da 1ª discusão do Orçamento de Estado do seu novel governo, precisava descansar, é porque temia que a Moda Lisboa fosse ainda mais enfadonha que o Parlamento.

E, nesse caso, a sesta só pode ter um significado: "dai-me forças senhor para aguentar uma vida dupla".

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