Há alturas em que achamos receber sinais de todo o lado, como se a conjuntura nos enviasse uma série de alertas, confusos e ambíguos que deveríamos saber interpretar: as toalhas de banho estão mais juntas que nunca, com uma ponta molhada negligentemente a deixar marca numa outra já seca; as escovas de dentes estão separadas, cada uma num dos cantos do suporte; as almofadas ou estão sobrepostas ou do avesso, sendo que a cada uma correspondem curvaturas diferentes, também sujeitas a interpretação; há os chinelos que abrigam um ténis alheio; a caneca que foi lavada enquanto o resto da louça permanece em monte no lava-louças; há cd's misturados mas os livros ficaram ordenados por ordem alfabética, coisa que nunca tinha acontecido; há um resto de perfume no ar, com toda a certeza deixado a marcar território... Há toda uma casa que se move, em código, silêncio e signos. Há pessoas que a habitam. Há laços entre elas. Às vezes só se vê o nó.
É nessas alturas que o "murro na mesa" tem que ser dado. Para o bem e para o mal. Para o bem, sempre.
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1 comentário:
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