Há uma cantilena infantil que diz qualquer coisa assim: "Em cima do piano está um copo com veneneo, quem bebeu morreu". Se quisermos aplicar esta cantilena ao actual quadro político português, só resta saber quem esticará a mão primeiro e cairá, tombado, no chão.
Se a questão de Durão Barroso ir para Presidente da Comissão Europeia é prestigiante para o país, ou não, tenho certas dúvidas. É, com toda a certeza, prestigiante para ele. O país dificilmente ganhará alguma coisa com isso, já que continua arredado das grandes questões mundiais e quando aparece, como diziam os jornais ingleses, é para "organizar o catering". Dificilmente, ainda, se acredita que a posição de Durão Barroso possa vir a beneficiar o país directamente, já que mais facilmente, conforme se viu pelo passado recente, Durão Barroso se alia aos Estados Unidos que apela ao reforço da união na Europa (está para se ver como é que Bush vai aproveitar esta embrulhada a seu favor na campanha de re-eleição).
Outra questão que me choca tem a ver com a irresponsabilidade da Comissão Europeia que, à laia de pretender exercer a força do seu maior partido - no momento - se dispõe a brincar com a política interna de um país, cuja economia é frágil, os recursos mal aproveitados e o caciquismo prolifera. Portugal não é um país suficientemente estabilizado para se aguentar em constantes reviravoltas. E se agora a retoma começava a dar sinais, em nome de quê é que se abandonam tão boas perspectivas? Choca-me, por isso, e alinho, pela primeira vez, ao lado dos descrentes na responsabilidade e coerência da União Europeia.
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