Prenda de natal
Recebo, de um amigo argentino, um belo livro bilingue de poesia contemporânea argentina e brasileira. Escolho, ao acaso, um poema de Adélia Prado. Escolho-o, em sua confiança, para dar a quem me acorda de manhã:
Fragmento
Bem-aventurado o que pressentiu
quando a manhã começou;
não vai ser diferente da noite.
Prolongados permanecerão o corpo sem pouso,
o pensamento dividido entre deitar-se primeiro
à esquerda ou à direita,
e mesmo assim anunciou paciente ao meio-dia;
algumas horas e já anoitece, o mormaço abranda,
um vento bom entra nessa janela.
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