sexta-feira, setembro 26, 2003

E não se pode exterminá-los?

Mais uma vez, e pelas razões erradas, a Casa da Música é notícia. É muito triste verificar que há um desinteresse efectivo em fazer do projecto uma mais valia para a cidade e para o País.

Agora é a questão de um edifício que vai tapar a vista das traseiras. Não há noção, sequer dos arquitectos desse dito edifío, do que representa a obra da Casa da Música. Não percebem eles que irão negar exactamente todas as noções de arquitectura, desde o Bruno Zevi.

Será que a Câmara Municipal, independentemente de não ter gostado do resultado das negociações ocorridas em Julho, não se apercebeu do orgulho que as mais de 7000 pessoas que visitaram o edifício e os eventos nele ocorridos sentiram?

Eu estive lá e emocionei-me com os as reacções dos portuenses que viram, na Casa da Música, um exemplo daqui que pode ser um Porto do futuro.

Uma vez mais, e sem qualquer respeito pela cultura, pelas pessoas, pelso projectos, a Câmara cruza os braços e diz que não tem 15 milhões para pagar a indeminização que os empreiteiros querem. Acredito que não tenha, mas a Casa da Música é uma questão nacional. É essa noção que falta em Lisboa, é por isso que a C.M.P. se deveria responsabilizar e não contribuir para que nada se alterasse.

Se o arquitecto do edifício planeado não precisa de lições de arquitectura, saberá que nenhum arquitecto aceitaria estragar a envolvente da Casa da Música. Que atitude guerrilheira é esta?

Sr. Presidente da Câmara, tem aqui a oportunidade para se reconciliar com a cidade, as pessoas e sobretudo a Cultura. Não a desperdice.

Estaremos atentos.

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