6ª Mostra de Teatro Jovem de Lisboa (II) - POUR HOMME
POUR HOMME
André Murraças
Teatro Taborda
19 Novembro
22h00
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_si3qQgsLAffhO0q_3yr89L0476xLQAamh7fe7XJoRdMD0RmpvrQx5zebxF-cTtXVsKdxDfNpJYziFzfSX2iBlnxp1Rxr-fA6Mk3lDCeqiI3TvF-XtMpuZvXve3yBvqjucRl7N5ZAaSDShK=s0-d)
POUR HOMME é um percurso pelas representações do corpo masculino na História da Arte, publicidade e vida quotidiana. Através da recuperação de maneirismos, tiques, poses, posições masculinas, e do quanto a imagem pode ser um reflexo cultural da sociedade - o espectáculo resulta da busca de uma performatividade dessas imagens para a cena. Essa colheita do corpo representado na imagem e em sociedade, ganha uma nova fisicalidade na sua transposição para o palco. Bem como novas representações e interpretações do conceito de masculinidade.
Em palco, André Murraças - o único intérprete - vai imitando posses que tornaram famosos: Elvis, Jesus Cristo, James Dean, Hitler, James Bond, entre outras intervenientes da História e das artes. Ao mesmo tempo, são infiltradas no decurso do espectáculo, poses culturalmente associadas ao género masculino. Como, por exemplo, o toureiro, o ginasta, o polícia ou mesmo o simples gesto de barbear.
POUR HOMME vai roubar o seu título às embalagens de perfume masculinas. Até há alguns anos culturalmente imposto como um objecto de adorno e uso femininos, o aparecimento de produtos para homem veio colado a uma forte e saliente campanha de nomeação, para o caso de alguém mais antiquado os confundir com produtos femininos. O título interessa ao projecto porque reforça, com ironia, alguns temas sobre os quais se pretende reflectir: os limites e excessos da masculinidade, o desnorteamento das imagens quando retiradas do seu enquadramento histórico, o poder da publicidade, a busca de um símbolo (neste caso, o corpo do intérprete) que seja o intermediário entre a aparência exterior e a sensibilidade interior na construção de uma identidade sexual, a reinvenção de uma fisicalidade - através da performatividade inerente à categoria do género masculina.
Concepção, Interpretação, Espaço Cénico e Figurino: André Murraças Fotografia: the candy darling fan Direcção de Produção: Mafalda Santos Produção: Metamorfose Total
Ver o trailler do espectáculo aqui.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tkLsMhmAH55wlSMy8km0vDHlBRPrUP4AE9aYorU6CrOSvlD48F1Jgdup9cMNFDoHDuTH0iG2YlNsMPaXYESQ_lwfzSEXqO7Mgci0sOkxO5G00CjXASgpCcug=s0-d)
O Melhor Anjo (OMA):Porque decidiram apresentar a proposta de apresentação do espectáculo à MostraTE? Contributo para uma montra do novo teatro feito na capital ou bolsa de ar para a produção de projectos?
André Murraças (AM): É a oportunidade de estar inserido num festival diversificado, com um público igualmente variado. E é mais uma vez que espectáculo pode ser visto, numa outra sala - a questão da mudança espacial também me interessa.
OMA: Como contextualizam/posicionam o vosso espectáculo no panorama teatral português? Foi essa uma preocupação quando o produziram?
AM: Sempre criei os meus espectáculo por impulso. Falo das coisas que me são próximas, que me inquietam e de uma forma natural, mas ao mesmo tempo muito minha. Nunca me comparei ao resto dos trabalhos do restante panorama. Nem tento fazer nada para concorrer com alguém ou ser o maior. Faço aquilo que sei fazer, o melhor que posso e de uma forma muito pessoal. Este "POUR HOMME" surgiu no seguimento do meu gosto pelos estudos "gender" e é uma transposição para palco de uma procura de representações de masculidade na História de arte, publicidade e quotidiano. Uma tentativa de definir "masculinidade(s)".
OMA: Que relação se estabelece com o público numa apresentação isolada?
AM: Abstracta e isolada, serve para resposta? O público vê-me em palco a comportar da mesma forma que me veria se estivesse em casa comigo. Costumo dizer que faço "espectáculos caseiros". What you see is what you get. É claro que de vez em quando há uma ou outra marcação mais encenada, mas de resto é tudo muito natural. Claro que o facto de ser apresentado numa sala, perante um público, lhe dá o termo de espectáculo e é criada automaticamente uma barreira. Sobretudo espero que disfrutem e fiquem a pensar, mas não cedo nem faço nada para agradar. Pelo contrário. Sou muito crítico e irónico. E quem gostar gosta...
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_t6g-8f2MBy6bGcaPUOxSmQek__i2i0n4WC_I_HGz_IJU3K5lpmKCwmidzllUBji3ZwbDyu_JeuPuov2LvD0fglGx9Ea4eZkM95v-O0bDk8BypAHH0lKxPmtuw=s0-d)
POUR HOMME
André Murraças
Teatro Taborda
19 Novembro
22h00
POUR HOMME é um percurso pelas representações do corpo masculino na História da Arte, publicidade e vida quotidiana. Através da recuperação de maneirismos, tiques, poses, posições masculinas, e do quanto a imagem pode ser um reflexo cultural da sociedade - o espectáculo resulta da busca de uma performatividade dessas imagens para a cena. Essa colheita do corpo representado na imagem e em sociedade, ganha uma nova fisicalidade na sua transposição para o palco. Bem como novas representações e interpretações do conceito de masculinidade.
Em palco, André Murraças - o único intérprete - vai imitando posses que tornaram famosos: Elvis, Jesus Cristo, James Dean, Hitler, James Bond, entre outras intervenientes da História e das artes. Ao mesmo tempo, são infiltradas no decurso do espectáculo, poses culturalmente associadas ao género masculino. Como, por exemplo, o toureiro, o ginasta, o polícia ou mesmo o simples gesto de barbear.
POUR HOMME vai roubar o seu título às embalagens de perfume masculinas. Até há alguns anos culturalmente imposto como um objecto de adorno e uso femininos, o aparecimento de produtos para homem veio colado a uma forte e saliente campanha de nomeação, para o caso de alguém mais antiquado os confundir com produtos femininos. O título interessa ao projecto porque reforça, com ironia, alguns temas sobre os quais se pretende reflectir: os limites e excessos da masculinidade, o desnorteamento das imagens quando retiradas do seu enquadramento histórico, o poder da publicidade, a busca de um símbolo (neste caso, o corpo do intérprete) que seja o intermediário entre a aparência exterior e a sensibilidade interior na construção de uma identidade sexual, a reinvenção de uma fisicalidade - através da performatividade inerente à categoria do género masculina.
Concepção, Interpretação, Espaço Cénico e Figurino: André Murraças Fotografia: the candy darling fan Direcção de Produção: Mafalda Santos Produção: Metamorfose Total
Ver o trailler do espectáculo aqui.
O Melhor Anjo (OMA):Porque decidiram apresentar a proposta de apresentação do espectáculo à MostraTE? Contributo para uma montra do novo teatro feito na capital ou bolsa de ar para a produção de projectos?
André Murraças (AM): É a oportunidade de estar inserido num festival diversificado, com um público igualmente variado. E é mais uma vez que espectáculo pode ser visto, numa outra sala - a questão da mudança espacial também me interessa.
OMA: Como contextualizam/posicionam o vosso espectáculo no panorama teatral português? Foi essa uma preocupação quando o produziram?
AM: Sempre criei os meus espectáculo por impulso. Falo das coisas que me são próximas, que me inquietam e de uma forma natural, mas ao mesmo tempo muito minha. Nunca me comparei ao resto dos trabalhos do restante panorama. Nem tento fazer nada para concorrer com alguém ou ser o maior. Faço aquilo que sei fazer, o melhor que posso e de uma forma muito pessoal. Este "POUR HOMME" surgiu no seguimento do meu gosto pelos estudos "gender" e é uma transposição para palco de uma procura de representações de masculidade na História de arte, publicidade e quotidiano. Uma tentativa de definir "masculinidade(s)".
OMA: Que relação se estabelece com o público numa apresentação isolada?
AM: Abstracta e isolada, serve para resposta? O público vê-me em palco a comportar da mesma forma que me veria se estivesse em casa comigo. Costumo dizer que faço "espectáculos caseiros". What you see is what you get. É claro que de vez em quando há uma ou outra marcação mais encenada, mas de resto é tudo muito natural. Claro que o facto de ser apresentado numa sala, perante um público, lhe dá o termo de espectáculo e é criada automaticamente uma barreira. Sobretudo espero que disfrutem e fiquem a pensar, mas não cedo nem faço nada para agradar. Pelo contrário. Sou muito crítico e irónico. E quem gostar gosta...
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