Quarenta jornalistas e críticos de dança de vários periódicos alemães e estrangeiros foram, como habitualmente, convidados pela revista Ballettanz a fazer as suas escolhas para produção importante, inovadora, coreógrafo, companhia e intérpretes relevantes, jovens bailarinos e coreógrafo a ter em atenção, importante colaboração entre artistas e coreógrafos, significativo desenvolvimento na arte e política e evento de dança enervante do ano. A escolha reflecte também a proveniência dos vários colaboradores que escrevem em revistas tão diversas como as que só se dedicam ao bailado clássico, jornais generalistas ou publicações especializadas na transdisciplinaridade.
Feitas as contas os resultados saíram no número anual da Ballettanz, disponível desde o início deste mês, e indicam a companhia belga Les Ballets C. de la B., de Alain Platel (que dias 13 e 14 de Outubro apresenta na Culturgest Import/Export, de Koen Augustijnen, esolhida por Lilo Weber, do suíco Neue Zürcher Zeitung como importante colaboração entre artistas e coreógrafos) , e a The Forsythe Company, do norte-americano William Forsythe (no primeiro semestre de 2008 no CCB) entretanto sedeada em Frankfurt, como companhias do ano, as russas Natália Osipova e Polina Semionova como bailarinas do ano, e Sascha Waltz, alemã e prémio Novas Realidades Teatrais Europeias 2008 e já este ano se apresentou no CCB, o francês Nasser Martin-Gousset, mas também a alemã Susanne Linke e a sul-africana Robyn Orlin como coreógrafos do ano.
Curiosas são as escolhas para significativo desenvolvimento entre política e arte. Desde a escolha da crítica israelita Ora Brafman, do Jerusalém Post, que refere a “estagnação e a falta de apoio público realista” já que “a maior parte dos bailarinos não ganham sequer o salário mínimo, independentemente da legislação israelita”, ao crítico canadiano Michael Crabb, do The National Post (Toronto), que fala do “declínio do valor do dólar americano” com implicações na “circulação de companhias americanas” e nas “expectativas de treino profissional na Europa”, os comentários registam um desfasamento entre as necessidades do meio da dança e as intenções políticas dos governos. Mike Dixon, da revista inglesa Dance Europe, alerta para o facto de que “a chegada dos Jogos Olímpicos a Londres [em 2012] está a criar um vácuo financeiro nas artes britânicas, já que os fundos provenientes da lotaria [que sustenta, em parte, os apoios públicos à criação artística] estão a ser desviados para projectos relacionadas com os Jogos Olímpicos” e Suki John, do New York Times, fala dos entraves criados pela Administração Bush à entrada de artistas nos Estados Unidos, um aspecto também referido pelo belga Pieter T’Jonck, da revista Etcetera, que afirma estarem ainda a sentir-se os efeitos do 11 de Setembro de 2001. Por outro lado há quem dê exemplos positivos, como a alemã Eva-Elisabeth Fischer, do Süddeutsche Zeitung, que refere a criação de um arquivo de acesso livre das obras de Pina Bausch, eu próprio, que refiro o relançamento da plataforma DBM – Danse Bassin Méditerranée, ou a grega Natasha Hassiotis, do To Vima, que dá conta do anúncio da criação de um Centro para a Dança na Macedónia.
É também com algum interesse que se verifica a escolha dos mesmos acontecimentos em categorias antagónicas. É esse o caso do espectáculo Snow White, da jovem coreógrafa norte-americana Ann Liv Young, que se apresenta em Lisboa, na ZDB, em Janeiro do próximo ano, escolhida por mim como jovem coreógrafa a ter em atenção e por Mindy Aloff, do nova-iorquino Voice of Dance como evento enervante ou a minha escolha para enervante o episódio 6 de Dialogue, de Sasha Waltz, que Renate Klett, do berlinense Freie Autorin escolheu como produção importante.
Entre as escolhas figuram ainda alguns nomes nacionais como Patrícia Portela, escolhida pelo austríaco Helmut Ploebst como coreógrafa relevante, Francisco Camacho, a opção de Pieter T’Jonck para bailarino, na peça Blessed, de Meg Stuart (peça também referida por Arnd Wesemann, editor da Ballettanz, e Sandra Luzina, do Der Tagesspiegel Berlin, como importante), Vera Mantero, como Até que deus é destruído pelo extremo exercício da beleza, escolhida por mim e por Pieter T’Jonck, mas também do crítico e investigador André Lepecki, cujo livro Exausting Dance foi escolhido por Franz Anton Cramer como importante produção (a crítica a este livro sai na próxima edição da OBSCENA, a 1 de Outubro) e a sua performance-conferência Re-Doing, a partir de Allan Kaprow, assinalada por Helmut Ploebst como importante colaboração entre artistas e coreógrafos.
Feitas as contas os resultados saíram no número anual da Ballettanz, disponível desde o início deste mês, e indicam a companhia belga Les Ballets C. de la B., de Alain Platel (que dias 13 e 14 de Outubro apresenta na Culturgest Import/Export, de Koen Augustijnen, esolhida por Lilo Weber, do suíco Neue Zürcher Zeitung como importante colaboração entre artistas e coreógrafos) , e a The Forsythe Company, do norte-americano William Forsythe (no primeiro semestre de 2008 no CCB) entretanto sedeada em Frankfurt, como companhias do ano, as russas Natália Osipova e Polina Semionova como bailarinas do ano, e Sascha Waltz, alemã e prémio Novas Realidades Teatrais Europeias 2008 e já este ano se apresentou no CCB, o francês Nasser Martin-Gousset, mas também a alemã Susanne Linke e a sul-africana Robyn Orlin como coreógrafos do ano.
Curiosas são as escolhas para significativo desenvolvimento entre política e arte. Desde a escolha da crítica israelita Ora Brafman, do Jerusalém Post, que refere a “estagnação e a falta de apoio público realista” já que “a maior parte dos bailarinos não ganham sequer o salário mínimo, independentemente da legislação israelita”, ao crítico canadiano Michael Crabb, do The National Post (Toronto), que fala do “declínio do valor do dólar americano” com implicações na “circulação de companhias americanas” e nas “expectativas de treino profissional na Europa”, os comentários registam um desfasamento entre as necessidades do meio da dança e as intenções políticas dos governos. Mike Dixon, da revista inglesa Dance Europe, alerta para o facto de que “a chegada dos Jogos Olímpicos a Londres [em 2012] está a criar um vácuo financeiro nas artes britânicas, já que os fundos provenientes da lotaria [que sustenta, em parte, os apoios públicos à criação artística] estão a ser desviados para projectos relacionadas com os Jogos Olímpicos” e Suki John, do New York Times, fala dos entraves criados pela Administração Bush à entrada de artistas nos Estados Unidos, um aspecto também referido pelo belga Pieter T’Jonck, da revista Etcetera, que afirma estarem ainda a sentir-se os efeitos do 11 de Setembro de 2001. Por outro lado há quem dê exemplos positivos, como a alemã Eva-Elisabeth Fischer, do Süddeutsche Zeitung, que refere a criação de um arquivo de acesso livre das obras de Pina Bausch, eu próprio, que refiro o relançamento da plataforma DBM – Danse Bassin Méditerranée, ou a grega Natasha Hassiotis, do To Vima, que dá conta do anúncio da criação de um Centro para a Dança na Macedónia.
É também com algum interesse que se verifica a escolha dos mesmos acontecimentos em categorias antagónicas. É esse o caso do espectáculo Snow White, da jovem coreógrafa norte-americana Ann Liv Young, que se apresenta em Lisboa, na ZDB, em Janeiro do próximo ano, escolhida por mim como jovem coreógrafa a ter em atenção e por Mindy Aloff, do nova-iorquino Voice of Dance como evento enervante ou a minha escolha para enervante o episódio 6 de Dialogue, de Sasha Waltz, que Renate Klett, do berlinense Freie Autorin escolheu como produção importante.
Entre as escolhas figuram ainda alguns nomes nacionais como Patrícia Portela, escolhida pelo austríaco Helmut Ploebst como coreógrafa relevante, Francisco Camacho, a opção de Pieter T’Jonck para bailarino, na peça Blessed, de Meg Stuart (peça também referida por Arnd Wesemann, editor da Ballettanz, e Sandra Luzina, do Der Tagesspiegel Berlin, como importante), Vera Mantero, como Até que deus é destruído pelo extremo exercício da beleza, escolhida por mim e por Pieter T’Jonck, mas também do crítico e investigador André Lepecki, cujo livro Exausting Dance foi escolhido por Franz Anton Cramer como importante produção (a crítica a este livro sai na próxima edição da OBSCENA, a 1 de Outubro) e a sua performance-conferência Re-Doing, a partir de Allan Kaprow, assinalada por Helmut Ploebst como importante colaboração entre artistas e coreógrafos.
1 comentário:
ha gente que faz o que gosta, como o TBC!
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