Algarve adia autocarro do teatro

in PÚBLICO, hoje

O autocarro da Companhia de Teatro Profissional do Algarve (Acta), transformado em sala de espectáculos, ainda não tem segurança para andar na estrada. O projecto, pioneiro em Portugal e lançado há uma semana na presença da ministra da Cultura, sofreu um percalço. O velho veículo de passageiros, de dois pisos, deveria ter saído ontem para o primeiro espectáculo da itinerância, mas acabou por ir parar à oficina.
A actriz Patrícia Amaral, da Acta, justificou a contrariedade com um problema técnico. "O travão de mão não funcionava - só o de pé -, o que tornava perigoso qualquer deslocação pela serra". Nestas circunstâncias, adiantou, "a viatura não chegou sequer a ir há inspecção técnica, porque precisava de ser reparada". Tratando-se de um veículo de 1989, com muitos milhares de quilómetros, também necessita de substituição de peças.
As adaptações que o autocarro sofreu numa empresa do Seixal, de transformação em espaço cénico (plateia para 30 espectadores, palco, camarins e bastidores), foram elogiadas pelo própria ministra da Cultura. "Gostaria muito que este autocarro se transformasse num frota por todo o país", disse Isabel Pires de Lima, na apresentação do projecto Vamos Apanhar o Teatro (Vate), a 24 de Janeiro, dia em que o veículo chegou ao Algarve em cima de um reboque. Visto de fora, o veículo parecia novo. O pior é o motor, a dar sinais de desgaste. Ontem, a Acta representou na mesma a peça Rapsódias e Lobices, de La Fontaine, na escola de Pontes de Marchil. E a sua digressão vai continuar, mas numa carrinha da companhia. I.R.

Contexto:

«O autocarro poderia transformar-se numa frota que percorresse todo o País para lançar sementes culturais», sugeriu Isabel Pires de Lima, durante a sessão de inauguração daquele autocarro cultural cor-de-laranja e cinzento.(...) «São iniciativas como esta que contribuem para fazer a diferença pelo compromisso social« e »pedagogia social« dirigida à comunidade», observou a ministra, referindo ainda fortalecer a descentralização cultural. in Diário digital 24.01.06

Será sina?