quinta-feira, outubro 20, 2005

Supra-numerário


Nuno Alexandre Ferreira, Strip (08 Novembro, Teatro Taborda)


A 6ª edição do NÚMERO Festival – Festival Internacional de Multimédia, filme e música, que decorre em Lisboa, de 04 a 13 de Novembro, já tem a programação definida. Subordinado ao tema Jogos Neurológicos, este festival multidisciplinar aposta numa “direcção clara no sentido do multimédia em ligação a conteúdos artísticos baseados em novas formas de tecnologia, passando por áreas como a música e as novas fronteiras do filme”, dizem no texto de apresentação.

Dirigido por Dinis Guarda, à frente da Associação Número, este festival, foi já responsável pela apresentação em Portugal, dos mais relevantes nomes da música contemporânea, como Chicks on Speed, Aphex Twin e Kid 606 (2000) ou pela primeira retrospectiva do realizador de videoclips Michael Gondry (2001). O festival lançou-se ainda para fora das fronteiras nacionais, tendo-se apresentado em colaboração com o Sonar, em Barcelona, em Londres e, este ano, em Paris. A organização sustenta-se numa “abordagem de solidificação e implementação no espaço português”.

Para a edição que começa dentro de duas semanas, dois destaques. O ciclo Arte e Ensaio, coordenado pelo realizador de cinema João Mário Grilo, em colaboração com Fundação Calouste Gulbenkian e Laboratório Criação Cinematográfica (Universidade Nova), onde passarão filmes-documentários de Susana Mouzinho, Luís Miguel Correia ou Luísa Homem (Fórum Lisboa, 05 e 07 Novembro). E a exposição Sem Gerações, uma montra de trabalhos de vídeo-arte, onde se incluem nomes como Pedro Barateiro, Ana Borralho e João Galante, Pedro Cabral Santo, Tiago Costa Jorge, João Carrilho ou João Vinagre (inauguração a 08 Novembro, Teatro Taborda).

Para além disso, o festival conta ainda com a inauguração da exposição Private t-shirt, comissariada por Sofia Ferreira, e onde se incluem trabalhos, entre outros, de Adriana Molder, João Pedro Vale e Patrícia Romão e José Miguel Rodrigues. Esta exposição engloba ainda a apresentação de performances de Maria João Garcia + Susana Mendes Silva, Person with t-shirt, e de Nuno Alexandre Ferreira, Strip, acerca da privacidade, o uso de t-shirts e o limite da representação (08 Novembro, Teatro Taborda).

Miguel Bonneville, Minnie Mouse, 09 Novembro, Teatro Taborda
Fotografia: José Luis Neves

O programa de performances completa-se com apresentações de Carlota Lagido, BB2, onde a performer retrabalha a imagem de Betty Boop, dando continuidade ao projecto Super-Heróis, apresentado há uns anos no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, e de Miguel Bonneville, Minnie Mouse/Concepto House, na qual o criador, em colaboração estreita com o músico Fernando Fadigas, ironiza com os conceitos e fala de "Perhaps", uma “obra de arte que fica na fronteira entre a performance e o happening", ambas a 09 Novembro. Já Rafael Alvarez, apresenta Última Chamada, “uma colecção de objectos pessoais inscritos no espaço, através de uma acumulação de percursos em que se expõem imagens e acções em trânsito” (10 Novembro).Todas as performances decorrem no Teatro Taborda.

O festival inclui concertos, conferências outros ciclos de cinema e a entrega dos prémios de cinema ICAM/NÚMERO (Fórum Lisboa, 04 Novembro).

A programação pode ser consultada aqui.

O Melhor Anjo vai acompanhar o 6º NÚMERO Festival – Festival Internacional de Multimédia, Cinema e Música de Lisboa, com um dossier especial, análises às performances e outras novidades.

1 comentário:

vvoi disse...

"na fronteira entre a performance e o happening"??? Miguel, Miguel... Faz pensar na descricao que alguem fez de uma obra "entre uma instalacao e uma escultura". :)