sábado, agosto 27, 2005

Os limites da representação (I)




O artista plástico Xiao Yu (1965, Mongólia) causou polémica no Museu de Belas Artes de Berna, na Suiça, ao apresentar, no âmbito da exposição Mahjong - Contemporary Chinese Art from the Sigg collection, uma instalação que juntava a cabeça de um feto com o corpo de uma gaivota numa caixa de formol, conta o jornal El Mundo. A obra, intitulada Ruan foi, depois de uma queixa, censurada e retirada da exposição, apesar dos protestos de especialistas, artistas e apreciadores. A porta-voz do museu, Ruth Gilgen, insiste que o regresso da obra à exposição depende de um debate amplo sobre os limites da arte. Bem como afirma que apesar das dúvidas que possa causar o modo como conseguiu a cabeça (um aborto tardio forçado), esta pertence a um feto concebido nos anos 60 e que já antes havia sido utilizado numa exposição em Pequim. Em declarações à Associated Press, na altura da 1ª apresentação da obra, na 49ª Bienal de Veneza, o autor afirmou que tanto a gaivota como o feto morreram porque tinham um problema. "Pensei em incorporá-los desta maneira para mostrar que agora eles têm outra vida". A obra, e de acordo com o texto de apresentação no catálogo da exposição suiça, pretende provocar o visitante para uma reflexão sobre o absurdo da vida.

Ver reportagem no New Tork Times.
Ver instalação da obra na 49ª Bienal de Veneza (1999) e texto de Jose Manuel Springer acerca do contexto da obra na Bienal, Entre lo real y lol ficticio.
Ler artigo Es esto Arte?, publicado na Revista do El Mundo.

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