Para comemorar em cheio o 28 de Junho, o Village Voice dá conta do lançamento de um livro alegadamente biográfico sobre a ex-primeira dama norte americana Hillary Clinton: The Truth About Hillary: What She Knew, When She Knew It, and How Far She'll Go to Become President, da autoria de Edward Klein. De acordo com a notícia, o livro faz parte de uma longa lista de edições anti-Hillary, e sustenta-se na teoria de que Hillary Clinton é uma lésbica no armário. No limite, assexuada.
Defendendo a saída do armário de Hillary, e apostando na construção de uma teoria baseada em conhecimentos, curiosidades e especulações, o autor vai dando conta das possíveis justificações:"Were there any telltale signs on the presidential sheets that they ever had sex with each other? For that matter, did the Big Girl have any interest in sex with a man? Or, as was widely rumored, was she a lesbian?".
Em conclusão, o autor afirma: "I came to the conclusion she never was that interested in sex whether it be homosexual or heterosexual.", sobretudo quando esta teoria é reforçada por conversas de corredor entre fontes próximas de Bill Clinton. Diz ainda que rumores destes já tinham surgido na campanha presidencial de 1992 e iam até aos tempos da faculdade, procurando na adolescência da senadora nova-iorquina atitudes que possam desvendar o mistério: "Hillary talked about it a lot, read lesbian literature, and embraced it as a revolutionary concept". E até acrescenta: "At least two women who were close to Hillary . . . would become out-of-the-closet lesbians." . Com este comportamento, a putativa candidata a Presidente dos EUA em 2008 só poderia tornar-se: "She was a mother, but she wasn't maternal. She was a wife, but she had no wifely instincts. She said she was passionately in love with her husband, but many of her closest friends and aides were lesbians."
Paula Ettelbrick, presidente da Gay and Lesbian Human Rights Commission, afirma que este tipo de atitudes é muito comum em relação a mulheres que detêm o poder. Trata-se de uma forma de rebaixamento que visa o descrédito popular. Não será por acaso que o livro, disfarçado de libertador sexual de Hillary, tem sido promovido pelos sectores mais conservadores dos EUA.
Defendendo a saída do armário de Hillary, e apostando na construção de uma teoria baseada em conhecimentos, curiosidades e especulações, o autor vai dando conta das possíveis justificações:"Were there any telltale signs on the presidential sheets that they ever had sex with each other? For that matter, did the Big Girl have any interest in sex with a man? Or, as was widely rumored, was she a lesbian?".
Em conclusão, o autor afirma: "I came to the conclusion she never was that interested in sex whether it be homosexual or heterosexual.", sobretudo quando esta teoria é reforçada por conversas de corredor entre fontes próximas de Bill Clinton. Diz ainda que rumores destes já tinham surgido na campanha presidencial de 1992 e iam até aos tempos da faculdade, procurando na adolescência da senadora nova-iorquina atitudes que possam desvendar o mistério: "Hillary talked about it a lot, read lesbian literature, and embraced it as a revolutionary concept". E até acrescenta: "At least two women who were close to Hillary . . . would become out-of-the-closet lesbians." . Com este comportamento, a putativa candidata a Presidente dos EUA em 2008 só poderia tornar-se: "She was a mother, but she wasn't maternal. She was a wife, but she had no wifely instincts. She said she was passionately in love with her husband, but many of her closest friends and aides were lesbians."
Paula Ettelbrick, presidente da Gay and Lesbian Human Rights Commission, afirma que este tipo de atitudes é muito comum em relação a mulheres que detêm o poder. Trata-se de uma forma de rebaixamento que visa o descrédito popular. Não será por acaso que o livro, disfarçado de libertador sexual de Hillary, tem sido promovido pelos sectores mais conservadores dos EUA.
(link enviado pelo Boss)
6 comentários:
Infelicissimo post meu caro. A reacção generalizada dos media americanos, incluindo conservadores, é a de considerarem o livro abaixo de qualquer nível de credibilidade. Exemplos não faltam. Peggy Noonan, ex-"speechwriter" de Reagan, John Podhoretz, um dos principais "neocons", e logo no "New York Post", o jornal politicamente mais hostil a Hillary, um retrato nada lisongeiro do autor feito no "Washington Post" por Tina Brown, que com ele trabalhou enquanto dirigiu a "Vanity Fair", etc, etc. Mais: se ler com atenção o artigo do "Village Voice" que linka verá que está assinalada como a insinuação de lesbianismo paira regularmente sobre mulheres que se destacam, e portanto é um exercicio de homofobia. Ah o imediatismo blogosférico, a pressa de postar!
Augusto, confesso que não percebi o que quis dizer. Eu acho o livro infeliz e gratuito. E percebi que o Village Voice também não o considera relevante. Basta aliás ver o tom com que o apresenta.
Caro Augusto M. Seabra,
Acho que a pressa blogosférica foi do seu lado... em comentar. Parece-me que o Tiago tira as mesmas conclusões sobre o assunto que você reclama.
O sentido do comentário é este: não percebo como se dá destaque a um livro sem qualquer credibilidade, sem uma única fonte identificada: "The way to handle "The Truth About Hillary" responsibly is to give it no further notice, no wider discussion.Silence.If the serious media can't draw the line on this one, then there no longer are any lines to draw." - Tim Rutten, Los Angeles Times
O comentário é meu
Compreendo que o livro tenha objectivos políticos. Mas não o ignorar num espaço de crítica ajudará à divulgação do mesmo, contribuindo para credibilizar o seu conteúdo homofóbico? Não acho que a auto-censura crítica nestes casos contribua para a censura do livro. Aliás até pode funcionar como argumento de promoção, para além da sua formulação ser contraditória como no exemplo que citou de Tim Rutten que não foi capaz de se conter no silencio que propõe aos outros. Eu podia ter dado com o livro nalgum escaparate ou nas páginas da Amazon e comprá-lo mas fiquei sem vontade nenhuma de o lêr depois destas críticas. É nesse sentido que eu acho que não ignorar o livro é positivo.
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