Irmã Lúcia
Morreu hoje a mulher presa a um milagre que define um país: o nosso. E para quem ache que é coisa inócua, o PSD e o PP cancelaram as iniciativas da campanha previstas para hoje. O PSD estendeu até a suspensão até amanhã. Em nome de quê, afinal?
A morte da vidente de Fátima levanta sérias questões sobre o papel que a religião tem/teve na formação do carácter de um país. O epifenómeno fez de Portugal centro religioso, mas marcou anos de uma cultura pequena, miserável, desrespeitadora dos verdadeiros valores. Com o futebol e o fado, Fátima definiu Portugal como um país folclórico e que, sobretudo, não se sabe ultrapassar.
Que os dois partidos ainda no governo decidam suspender a campanha em homenagem a uma mulher que sofreu mais do que ganhou (mesmo que se possa dizer que abraçou a escolha como um dever que quem não é crente não compreende), diz mais sobre a ausência de uma clara separação entre o Estado e a religião do que centenas de discursos noutro sentido.
A fé privada volta assim a entrar na campanha. Depois das declarações do Padre Loreno, há uns fins de semana atrás, e do aberrante discurso centrista em defesa da vida, fazer de Fátima razão de paragem impede, quem quer um país melhor, de ajuizar o que vale mais. O país ou o fait-divers.
Como é que se escusam a discutir, quando falta uma semana para as eleições? Para mim, é pura fuga política. Um minuto de homenagem, se quisessem. Mas o cancelamento das actividade de campanha não se justifica. Em nome de portugal, obviamente.
Morreu hoje a mulher presa a um milagre que define um país: o nosso. E para quem ache que é coisa inócua, o PSD e o PP cancelaram as iniciativas da campanha previstas para hoje. O PSD estendeu até a suspensão até amanhã. Em nome de quê, afinal?
A morte da vidente de Fátima levanta sérias questões sobre o papel que a religião tem/teve na formação do carácter de um país. O epifenómeno fez de Portugal centro religioso, mas marcou anos de uma cultura pequena, miserável, desrespeitadora dos verdadeiros valores. Com o futebol e o fado, Fátima definiu Portugal como um país folclórico e que, sobretudo, não se sabe ultrapassar.
Que os dois partidos ainda no governo decidam suspender a campanha em homenagem a uma mulher que sofreu mais do que ganhou (mesmo que se possa dizer que abraçou a escolha como um dever que quem não é crente não compreende), diz mais sobre a ausência de uma clara separação entre o Estado e a religião do que centenas de discursos noutro sentido.
A fé privada volta assim a entrar na campanha. Depois das declarações do Padre Loreno, há uns fins de semana atrás, e do aberrante discurso centrista em defesa da vida, fazer de Fátima razão de paragem impede, quem quer um país melhor, de ajuizar o que vale mais. O país ou o fait-divers.
Como é que se escusam a discutir, quando falta uma semana para as eleições? Para mim, é pura fuga política. Um minuto de homenagem, se quisessem. Mas o cancelamento das actividade de campanha não se justifica. Em nome de portugal, obviamente.
1 comentário:
totalmente de acordo
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