sexta-feira, fevereiro 11, 2005

9ª Mostra de Teatro de Almada (hoje)


NINHO DE VÍBORAS - ASSOCIAÇÃO CULTURAL

estreia absoluta
MYSTÉRIO!
de Karas

11 de Fevereiro às 21:30
AUDITÓRIO FERNANDO LOPES GRAÇA
m/12



Interpretação João Lima (guitarra portuguesa, harmónica, programações), Nuno Morão (piano), Vitória Horta (Elvira), Cristina Gonçalves (Bento-Rico), Karas (Bento-Pobre), Joaquim Pedro (Dom Mystério) Música Original João Lima Arranjos para Piano Nuno Morão Figurinos Tânia Franco Operação de Luz e de Som Paulo Diegues Fotografia de Cena António Coelho Grafismo Gabriel Orlando Texto, Encenação, Direcção Musical, Cenografia, Iluminação e Produção Executiva Karas

"Viver ou morrer?"
Durante a Expo '98, a convite das companhias O BANDO e OLHO, participei como actor em "Inácio", uma das máquinas-espectáculo que integravam a "Peregrinação" - máquina essa, concebida por elementos do OLHO (João Garcia Miguel e Eric Costa, entre outros).

Este projecto alimenta-se, por um lado, das memórias dessa experiência, na qual desenvolvi e interpretei a personagem já então denominada "Mistério" (figura que sugeria, vagamente, "O Enterro do Conde de Orgaz", de El Greco), e do seu impacto no meu percurso artístico. Constitui, por outro lado, passados trinta anos sobre a revolução dos cravos, uma reflexão sobre a cultura portuguesa; para tal, auxiliei-me de espólios documentais disponibilizados pela extinta Comissão dos Descobrimentos ("Actas do Conselho do Estado da Índia, 1618-1632") e pela Fundação Mário Soares ("Caricaturas no Diário de Lisboa, 1921-1926").

Na tentativa de criar um objecto artístico original, seremos ajudados por canções que versam o amor e a morte, num itinerário que se quer onírico, lúdico e, acima de tudo, comunicativo.



Argumento:
Uma noite de Maio de 1926. Elvira, uma jovem com aspirações artísticas, regressa a casa, vinda do Teatro Amaryllis, onde trabalha na bilheteira. Vem enebriada e transformada com o recital que assistiu pelo grande actor italiano Ricardo Bacchirri. E desse êxtase se deixa precipitar na melancolia, ao dar?se conta que o seu quotidiano está muito longe das altas esferas da arte, que ela tanto almeja.

Elvira pressente, mas desconhece, que mais alguém habita aquela casa. Todas as noites, um dos seus objectos pessoais lhe parece ter sido deslocado, na sua ausência. Ali reside, de facto, desde o sombrio século dezassete, um espírito antigo: Dom Mystério, criatura que, não estando viva, também não está propriamente morta, amaldiçoado que fora por uma devadassi (bailadeira) enquanto desembargador na Índia . E esta noite, o lascivo Mystério tomará por presa a incauta Elvira.

A tudo isto observam, em contemplação, estudo e acção contida, dois emissários extraterrestres: Bento-Rico e Bento-Pobre - figuras com atitudes distintas, mas que perseguem o mesmo fim: que cada coisa reconheça a sua própria natureza. Sendo que uma verdade tanto mais o é quanto mais o seu contrário a demonstra.
KARAS (Junho de 2004).

NINHO DE VÍBORAS

"O Ninho de Víboras é uma associação cultural criada em 1996 por um colectivo de artistas com formações e percursos distintos, que partilham entre si um conjunto de valores éticos e estéticos. A sua área de intervenção privilegiada é o concelho de Almada. As suas realizações, de natureza multidisciplinar, têm-se manifestado nas áreas do Teatro, Dança, Música, Artes Plásticas e Audiovisuais, organizando também acções de formação, conferências e debates.

Os trabalhos do Ninho de Víboras dão primazia à comunicação franca e clara com os espectadores, à provocação e à subjectividade, procurando aprofundar o diálogo com a sociedade e cultura portuguesas".

Toda a programação da 9ª Mostra de Teatro de Almada, aqui.

informações da responsabilidade da estrutura, enviadas pela acessoria de imprensa da 9ª Mostra de Teatro de Almada

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