Revista teatral 2004
Miguel Pedro-Quadrio faz a sua análise ao ano teatral, hoje, no Diário de Notícias.
O teatro vem sendo notícia pelas piores razões. A libertação de verbas in extremis condicionou algumas programações (o relativo decréscimo de qualidade do Citemor decorreu de Armando Valente, seu director artístico, não poder concretizar atempadamente o plano que traçara). O intempestivo afastamento de Miguel Vaz da administração do CCB impediu-o de testar as suas escolhas. O projecto artístico do Teatro Nacional D. Maria II tornou-se asténico. Ricardo Pais, farto dos ziguezagues da política cultural, preanunciou a saída do S. João. A Câmara de Lisboa deixou morrer o Maria Matos, após demissão de Miguel Abreu, e o São Luiz vive de blockbusters teatrais.
Mas não só as reclamação aos apoios pontuais (Lisboa) originaram reacções contraditórias; a redução a 500 mil euros do orçamento de 2005 do IA, provocada pelas cativações, levou Paulo Cunha e Silva a prever o cancelamento deste programa no próximo ano (a tutela retaliou com uma auditoria à sua gestão e transferiu para o ministério a coordenação da representação portuguesa na Bienal de Veneza). E até o Prémio Almada foi recusado por Jorge Silva Melo (o Ribeiro da Fonte de revelação distinguiu o luminotécnico Nuno Meira).
Neste preocupante panorama institucional salvaram-se duas actuações positivas. A preocupação da actual direcção do IA em submeter os apoios pontuais e sustentados a uma redistribuição de verbas que corrigiu o anterior centralismo de Lisboa e reflectiu a actual diversidade criativa (pela primeira vez, poder-se-ão apoiar estruturas pluri e transdisciplinares. Espera-se um reequilíbrio das verbas - o Norte foi claramente penalizado nos montantes deste ano - e uma simplificação da pesada burocracia dos actuais processos de candidatura.
Miguel Pedro-Quadrio faz a sua análise ao ano teatral, hoje, no Diário de Notícias.
O teatro vem sendo notícia pelas piores razões. A libertação de verbas in extremis condicionou algumas programações (o relativo decréscimo de qualidade do Citemor decorreu de Armando Valente, seu director artístico, não poder concretizar atempadamente o plano que traçara). O intempestivo afastamento de Miguel Vaz da administração do CCB impediu-o de testar as suas escolhas. O projecto artístico do Teatro Nacional D. Maria II tornou-se asténico. Ricardo Pais, farto dos ziguezagues da política cultural, preanunciou a saída do S. João. A Câmara de Lisboa deixou morrer o Maria Matos, após demissão de Miguel Abreu, e o São Luiz vive de blockbusters teatrais.
Mas não só as reclamação aos apoios pontuais (Lisboa) originaram reacções contraditórias; a redução a 500 mil euros do orçamento de 2005 do IA, provocada pelas cativações, levou Paulo Cunha e Silva a prever o cancelamento deste programa no próximo ano (a tutela retaliou com uma auditoria à sua gestão e transferiu para o ministério a coordenação da representação portuguesa na Bienal de Veneza). E até o Prémio Almada foi recusado por Jorge Silva Melo (o Ribeiro da Fonte de revelação distinguiu o luminotécnico Nuno Meira).
Neste preocupante panorama institucional salvaram-se duas actuações positivas. A preocupação da actual direcção do IA em submeter os apoios pontuais e sustentados a uma redistribuição de verbas que corrigiu o anterior centralismo de Lisboa e reflectiu a actual diversidade criativa (pela primeira vez, poder-se-ão apoiar estruturas pluri e transdisciplinares. Espera-se um reequilíbrio das verbas - o Norte foi claramente penalizado nos montantes deste ano - e uma simplificação da pesada burocracia dos actuais processos de candidatura.
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