quinta-feira, novembro 11, 2004

Poética do quotidiano (LIII)

O Silva, que escreve no Classe Média, diz isto acerca da mentira e da verdade. E daquilo que fazemos por ela.

A Vila

Os meus pais gostam de me contar histórias, relatos de uma Lisboa que se perdeu. Tropeçam regularmente numa não-sei-quantas que era das mulheres mais bonitas de Lisboa ou num não-sei-quantos que era o comandante mais bonito da TAP. Estes míticos não-sei-quantos induzem em mim uma pseudo-saudade dos tempos em que era possível meter no bolso a beleza de uma cidade. Hoje em dia, conheço uma ou duas raparigas de quem dizem o mesmo. No entanto, tanto eu como as pessoas que o dizem, sabemos perfeitamente que isso é mentira. A beleza moderna é tudo menos estanque, mesmo que a cidade às vezes pareça tão pequena como o era há trinta anos.

1 comentário:

O Silva disse...

Tiago, muito obrigado por tão honrosa distinção. Abraço.