A proposta que M. Night Shyamalan oferece em The Village (A vila, em português absurdo, já que deveria antes ser a aldeia ou o lugar ou o sítio ou a população) soa, apesar de tudo, a mais do mesmo. Qualquer filme dele aposta mais na construção de um clima suspenso que cede a poucos momentos do fim, obrigando o espectador a rever o filme com olhos de conhecedor. É uma proposta estimulante nos tempos que correm já que insiste numa ideia de tempo e apreensão. Tudo está exposto. Basta saber ver. E quando se vê tudo, não há razão para o receio.
Curiosamente este filme está mais para tragédia grega que para fábula dos tempos modernos (e mais não digo enquanto o filme for novidade). Isso sucede porque a culpabilidade passa de geração em geração. E é sobretudo presença constante. E porque sabemos que algo está para acontecer o suspense é como que amortecido. Resta-nos saber como encaixamos esse factor-surpresa no resto da história.
O realizador cita assumidamente diversos géneros (Branca de Neve e Hitchcock incluídos) e fá-lo sabendo que as audiências já não são tão inocentes quanto antigamente e carecem de elementos que as obrigue a deixarem-se embalar pela história. Está, por isso, longe de John Carpenter, mas certamente ciente das suas técnicas e métodos de "sedução".
Trata-se de um filme sobre o fim do mundo, em suma. E de um mundo que se possa controlar. Para o bem e para o mal, The Village é resultado directo do 11 de Setembro e das descrenças na luta entre o bem e o mal.
No entanto, é só um filme. E nem sequer é um bom filme. Mas isso é só porque nem nós somos inocente nem M. Night Shyamalan é Hitchcock.
foto roubada ao nuno
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