(teoria em desenvolvimento, certamente com carências científicas e só aplicável à relação gay mas a apostar na silly season para que não a acusem de falaciosa – no sentido fálico do termo)
As relações estão para a felicidade como a ejaculação está para a estimulação da próstata.
A felicidade é, sabe-se, uma utopia. Há a ideia, o conceito e a intenção sendo o resto a sua procura. No fundo as relações estabelecem-se a partir do princípio lógico de que a felicidade, a existir, deve ser qualquer coisa parecida com “aquilo que temos”. E as relações terminam porque, efectivamente, não a encontrámos. Ou seja, aquilo que deveria ser o ponto de chegada é, afinal, o ponto de partida e mesmo esse é automaticamente transformado pela radical apresentação da realidade. A solução poderia passar por não se estabelecer uma ideia de felicidade conjunta a partir de uma projecção de relação, mas antes procurar trabalhar em conjunto as ideias individuais de felicidade de forma a criar uma terceira coisa (“um” + “um” = qualquer coisa que não se esgote no “dois”. Chamemos-lhe, à falta de melhor expressão, a 4ª pessoa do singular.)
O acto sexual é, no fundo, um esforço de prazer partilhado. Ou deverá ser. Normalmente o acto sexual (que pode ser revestido por expressões como “fazer amor”, mas que nem sempre é por amor – mesmo entre duas pessoas que se amam) funciona no princípio de transformação do outro em agente provocador e objecto-receptáculo do nosso desejo. Ou seja, ao outro atribuímos características que nos permitem atingir o prazer. Transforma-se assim, se quisermos ser românticos, "o amador na cousa amada". Dentro de um espírito egoísta, o acto sexual pode ser caracterizado por uma corrida em pares mas com prémios diferentes para cada um dos participantes. Há quem possa estar a ter relações sexuais por pura adrenalina, luxúria, desejo (ou "descarga") e alhear isso da componente amorosa, mas, ao mesmo tempo, amar a pessoa com quem o faz. Uma coisa não invalida a outra. Tudo depende do estado de espírito. Por outro lado, o acto de "fazer amor" pode muitas vezes ser, da parte de um dos parceiros, um exercício de pré-disponibilização para o outro, em que o desejo de dar seja maior que o de receber. Será, então, no equilíbrio destas diversas forças e tendências que o acto sexual se dissolvirá no seio de uma relação, contribuindo para a obtenção de felicidade. Todos sabem que uma relação pode viver sem sexo, não pode é viver sem desejo.
As relações estão para a felicidade como a ejaculação está para a estimulação da próstata.
A felicidade é, sabe-se, uma utopia. Há a ideia, o conceito e a intenção sendo o resto a sua procura. No fundo as relações estabelecem-se a partir do princípio lógico de que a felicidade, a existir, deve ser qualquer coisa parecida com “aquilo que temos”. E as relações terminam porque, efectivamente, não a encontrámos. Ou seja, aquilo que deveria ser o ponto de chegada é, afinal, o ponto de partida e mesmo esse é automaticamente transformado pela radical apresentação da realidade. A solução poderia passar por não se estabelecer uma ideia de felicidade conjunta a partir de uma projecção de relação, mas antes procurar trabalhar em conjunto as ideias individuais de felicidade de forma a criar uma terceira coisa (“um” + “um” = qualquer coisa que não se esgote no “dois”. Chamemos-lhe, à falta de melhor expressão, a 4ª pessoa do singular.)
O acto sexual é, no fundo, um esforço de prazer partilhado. Ou deverá ser. Normalmente o acto sexual (que pode ser revestido por expressões como “fazer amor”, mas que nem sempre é por amor – mesmo entre duas pessoas que se amam) funciona no princípio de transformação do outro em agente provocador e objecto-receptáculo do nosso desejo. Ou seja, ao outro atribuímos características que nos permitem atingir o prazer. Transforma-se assim, se quisermos ser românticos, "o amador na cousa amada". Dentro de um espírito egoísta, o acto sexual pode ser caracterizado por uma corrida em pares mas com prémios diferentes para cada um dos participantes. Há quem possa estar a ter relações sexuais por pura adrenalina, luxúria, desejo (ou "descarga") e alhear isso da componente amorosa, mas, ao mesmo tempo, amar a pessoa com quem o faz. Uma coisa não invalida a outra. Tudo depende do estado de espírito. Por outro lado, o acto de "fazer amor" pode muitas vezes ser, da parte de um dos parceiros, um exercício de pré-disponibilização para o outro, em que o desejo de dar seja maior que o de receber. Será, então, no equilíbrio destas diversas forças e tendências que o acto sexual se dissolvirá no seio de uma relação, contribuindo para a obtenção de felicidade. Todos sabem que uma relação pode viver sem sexo, não pode é viver sem desejo.
Ora, o problema do desejo prende-se, muitas vezes, com a capacidade de inovação no acto sexual. Ou, se quisermos, com a incapacidade de exploração do acto sexual, da mesma forma que se devem explorar (para quem teme o termo "trabalhar") todas as formas possíveis de fazer resultar uma relação.
A penetração anal resulta do esforço de forçar uma zona não propensa a isso, logo, à estimulação de um músculo que carece de desenvolvimento no sentido contrário ao seu princípio básico. Não resultam, por isso, as "entradas forçadas" nem a "violência consentida". Terá que haver uma disposição prévia de aceitação de um objecto estranho no que isso representa de aceitação do outro enquanto projecção do nosso desejo. O que penetra fá-lo por vontade nossa de aceitação de um ente em nós e por necessidade de ver representado fisica e literalmente uma ideia de integração, junção e complemento. É, ao mesmo tempo, uma demonstração da nossa capacidade dupla de sermos o objecto e o seu próprio reflexo.
Curiosamente, e passados os dois esfincteres, a penetração é dada por adquirida e o processo desenvolve-se sem que mais nenhum passo seja dado para a obtenção do prazer. O que penetra fá-lo até ao ponto máximo de fricção do seu pénis e a partir da estimulação das veias sanguíneas que irrigam o membro. Normalmente quem é penetrado assiste a este processo procurando fazer combinar a sua ejaculação com a do parceiro e, assim, "forçar" o prazer "a dois". Acontece, ainda, que nem sempre este chegou ao ponto em que a ejaculação se deve processar de modo próprio, ou seja, por estimulação da próstata e não por manipulação do pénis.
Ora, essa função de estimulação da próstata cabe a quem penetra já que é o seu orgão quem tem o acesso directo a essa parte do corpo. O papel do penetrador é, pois, o de procurar a melhor forma de ocupar o reto e, assim, procurar dar prazer também ao outro. É por isso que o pénis não pode simplesmente "entrar e sair" do parceiro, mas antes deve explorá-lo, em movimentos circulares e incisivos, de pequena dimensão e sem forçar, de forma a que o alargamento do anús seja possível e o desenvolvimento dos músculos interiores aconteçam.
Quem penetra deverá fazê-lo em movimentos circulares, avançando de cada vez um pouco mais e, sobretudo, no mesmo sentido do seu parceiro. No fundo, é como escavar um buraco na areia que se vai alargando. Quando o parceiro estiver suficientemente "disponível", deve procurar-se a estimulação da próstata, incidindo nesta de forma cautelosa. Se nas mulheres se procura o "ponto g", nos homens ele também existe e chama-se próstata.
O que resulta da estimulação da próstata é a ejaculação solta e natural, menos ostensiva e forçada. O parceiro pode assim deixar-se invadir por espasmos de prazer que vão fazer despertar todas as sensações do seu corpo e não fazer concentrar todas as energias na relação mão/pénis (ou seja, o acto sexual a dois não deverá assentar somente na ideia de que a dada altura da "corrida" cada um "estará por sua conta"). Está assim liberto para poder entregar-se ao outro de forma mais completa. Também quem penetra percebe que o controlo da relação sexual ficou nas suas mãos e o prazer que o seu parceiro sente é totalmente provocado por um trabalho conjunto e mais completo (mas sobretudo explorado pelo "penetrador"). Fica, assim, aberto o caminho para um acto sexual totalmente dependente do que o outro quiser fazer connosco.
A relação directa entre felicidade e ejaculação a partir da estimulação da próstata estabelece-se baseada no pressuposto que nada funciona sem trabalho, dedicação, esforço e exploração das cambiantes de um casal. Se a imposição de um ideal de felicidade não resulta, propriamente, numa felicidade partilhada, mas antes numa luta renhida pelo lugar de vencedor, também a ejaculação "provocada" inibe os parceiros de se explorarem sexualmente e de percebem qual o efeito real que produzem um no outro. Tanto melhor é uma relação baseada no princípio de uma realidade construída na diferença como um acto sexual não esgotado e imaginativo.
Deve-se, por isso, apostar na estimulação do outro a partir das nossas propostas (e vice-versa) do que procurar obter o prazer individual. Um acto sexual que termine desfazado para os dois parceiros é um acto incompleto já que o ponto de partida foi a necessidade de partilha e não de vitória sobre o outro. O mesmo funciona para uma relação que se quer feliz.
1 comentário:
O sexo é uma competição para ver quem ganha e não um processo de harmonia. É um processo violento. A penetração, então se for anal é mais óbvio, é colocarmo-nos dentro do corpo do outro para o explorarmos e sobretudo para o forçar e violar. A melhor penetração é a que chega e fecunda a alma.
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