quinta-feira, agosto 26, 2004

poética do quotidiano (VI)

Chegou o dia do inevitável Bruno, do Avatares de um desejo:

O meu quarto

Descascar uma maçã verde. Esvaziar caixas de iogurte. Atirar papel higiénico molhado às paredes. Ler sentado. Ler deitado. Rebolar no colchão. Trincar bolachas da proalimentar. Limpar as "vestes" vindas do banho. Escutar rangeres de um cd. Fixar o tecto. Brincar com a persiana. Descalçar uma sandália. Teclar no telemóvel. Limpar o pó. Carregar no teclado. Puxar o bloco de sonhos. Abraçar as almofadas. Lembrar-me do tanto que amo lá fora. Dormir.
Há quem use os verbos no infinivo só para evitar os pretéritos...

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