Equador, capítulo final
Nestes dias silenciosos, dei por terminada a leitura do Equador, do Miguel Sousa Tavares. Não fiquei impressionado nem desiludido. O natural interesse em conhecer São Tomé e Príncipe aguarda natural substituição e não me vai ficar na memória outra coisa que não seja o real conhecimento de que MST se documentou. O que é pena, pois se não se tivesse deixado levar tanto pela autenticidade e talvez tivesse melhor história. O que me enfadou no livro foi perceber que MST deu excessiva importância ao facto histórico e por vezes falha a relação directa com o que quer contar. O pano de fundo das roças são tomenses não permite o desenvolvimento do protagonista e a história não passa disso mesmo, um pano de fundo a fazer as vezes de história principal. Impressionou-me, também, a falta de originalidade das descrições sexuais... a dada altura pareceu-me que a MST tinham faltado os termos.
Com Equador (que não deixou, no entanto, de ser devorado nas páginas finais) fica o travo amargo de algo que poderia ser maravilhoso, que não acusasse tanto a intenção de ser qualquer coisa inovadora a armar ao inclassificável, ao conhecedor, ao despretensioso, ao sem-outro-objectivo-que-não-fosse-o-prazer. No entanto, Equador, é bastante melhor que o conjunto dos livros editados pela Editorial Notícias e ditos light. Para quem quiser conhecer, a um nível superficial q.b. o que foi e o que era, pois que o leia. Vai ver que custa menos do que pesa. Mas MST é melhor cronista que romancista.
Com Equador, aconteceu-me uma coisa que nunca tinha acontecido com outro livro: certo dia, no metro, esbarrei com uma senhora que também o lia. Deve ser a isso que se chama best-seller.
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