Ex-amantes
Uma das dificuldades das datas festivas é o papel a atribuir aos/às ex-amantes. Uma simples, seca e indiferenciada mensagem ou algo que seja provocatório, ambíguo, nostálgico...
Seja pelos aniversários ou o Natal e Ano Novo, sobra-nos sempre esta questão: como lidar com as antigas paixões em tempos de reconciliação e paz na terra? Se bem que me irrite solenemente ser alvo de uma mensagem de cortesia, antes prefiro isso a um silêncio impenetrável, como se a intimidade antes partilhada tivesse sido esquecida.
Tenho comportamentos diferentes para casos diferentes. Entre o puro histerismo prazeiroso (onde se discute se a prenda dada é melhor que a que o actual deu) e a apatia sensaborona de fingir que se esqueceu da data, há para todos os gostos. Mas rói-se-me o coração quando não digo nada, porque é só fingimento. Então podia eu esquecer tal data? Corro o dia a fingir que não me lembro, a ver se passa depressa, a pensar noutras coisas... E isto é só para não falar nas datas de aniversário de namoro.
A memória e a sua convivência com a racionalidade é um passo a desenvolver no homem.
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