Momento zero
No sábado fui à inauguração de uma exposição de fotografia no bar Bicaense, ali na rua do elevador da Bica, de um amigo chileno chamado Julian Andres. É um trabalho de supressão do supérfulo para chegar ao outro lado do objecto exposto: o que não se vê.
Poderá parecer um elogio descarado, embuído que possa estar desse nevoeiro que é a amizade, mas, na verdade, o trabalho do Julian acaba por nos transportar para o momento zero da fotografia: aquele que fez o fotógrafo carregar no botão. Que poderá ele ter visto? Mais, que deve ele ter sentido para querer perpetuar aquela imagem?
Deixar-se partilhar, significa que o Julian acredita que o seu trabalho está incompleto... que continua no espectador. E que ele lhe devolve essa pergunta: porque quiseste marcar o que viste?
Mergulhar no universo que o Julian nos expõe é, sobretudo, querer acompanhar com ele a descoberta de um outro sentido para a imagem. Será antes o início de qualquer coisa do que a fixação dessa mesma coisa.
A exposição está patente de terça a sábado, das 20h às 02h00. Vão ver.
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