Lavar as mãos
O comentário irónico de Marcelo Rebelo de Sousa, no passado domingo, acerca da opção pelo direito indonésio, em casos omissos no direito timorense, em vez do direito português deixa-me com um sentimento ambíguo. Por um lado, reforça a minha convicção de que não valia a pena manifestarmo-nos por Timor, mais do que por qualquer outra situação de violação de direitos humanos, por outro lado apetece-me organizar um contingente terrorista e ir lá dinamitar aquilo tudo.
Mais a sério, a opção é compreensível do ponto de vista estratégico, se atendermos que a internacionalização de um pequeno país tem que ser feita pelo lado dos que têm o poder: o dólar americano, a língua indonésia, as embaixadas em países importantes. Fica-lhes é mal que só se lembrem de Portugal quando é para pedir dinheiro.
É por estas e por outras que as afirmações de Alberto João Jardim são, por vezes proféticas (mesmo que ele não saiba disso). "Nem mais um tostão para Timor" é, agora, uma obrigação moral e um verdadeiro sentido de Estado. O que falta a uns, tem que existir noutros.
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