Em nome de quê?
No Actual do Expresso, a companhia de teatro Seiva Trupe, sediada no Porto e a ocupar o Teatro do Campo Alegre, fez publicar um anúncio acerca da estreia do seu próximo espectáculo, Copenhagen de Michael Fray. Até aqui nada de muito extraordinário (a não ser o facto, claro, a Seiva Trupe ser o único a acreditar – bom, o único não, há outras companhias iguais – a achar que ainda podem chamar teatro ao que fazem), a peça é um sucesso internacional e por isso a companhia até publicou um anúncio de 2 colunas, a cores e na página direita (não foi barato, portanto). Mas há menos de 6 meses atrás o Novo Grupo apresentou no Teatro Aberto a mesma peça. Se não se pode recusar a ideia de que o mesmo texto pode ser apresentado com leituras diferentes, outras questões mais importantes se devem, no entanto, colocar. Por exemplo, não ocorreu às companhias uma co-produção? O júri do Instituto Português das Artes do Espectáculo (actual Instituto das Artes) no dia em se prestou a ler o plano de produção das duas companhias não lhes fez notar isso mesmo? Será que o Teatro Aberto não podia ir apresentar a peça ao Porto? Porquê, pergunto. Porquê? Em nome de que ideia de teatro é que não trabalharam em conjunto as duas companhias? Será coincidência ou inconsciência?
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