sábado, setembro 27, 2003

Uma infeliz razão 2

Apenas para corroborar o que o Tiago disse acerca da Amina, há que dizer que, com este perdão, podemos ficar felizes por um brutal assassínio não se ter cumprido, mas não há qualquer razão para celebrar ou agradecer a um Estado que se acha na legitimidade de dizer sim ou não à vida humana. Mesmo no perdão, devemos condenar o governo nigeriano, pretensioso omnipotente daquilo que é a qualidade da vida. Esta decisão não lhes cabe a eles. Este insulto àquilo que é a dignidade humana arrepia-me e dá-me náuseas. Aqui, não se dá pós-feminismo, nem feminismo, nem nada, pois nem sequer humanidade há. Abuso, desrespeito, brutalidade, violência: todas as razões se tornam ainda mais visíveis na hora do perdão.
Perdoar com que direito?
Que Estado é este? Quem são os senhores da violência?
Apenas loucura humana, insustentável, insuportável, incompreensível. Não podemos apedrejá-la até à morte?

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