O acto de criticar não está isento de culpa. Esta ideia de legitimação não pode estar isenta de culpa. Criticar é um acto de intervenção pública, é uma escolha política, é uma afirmação cujos ecos deverão fazer-se sentir no momento em que está a ser proferida, sem receios ou pudores de moinhos de vento que mais não fazem do que rugir. Por isso, criticar é escolher e, mais do que julgar, é apontar linhas que possam ajudar a compreender o presente. A crítica é um acto de reacção que não pode ser dissociada de quem a profere. Não há uma crítica higiénica, asséptica e educada. Há sim um processo de pensamento em público que não pode abdicar de uma relação intensa com o terreno de onde provém. É o terreno que legitima a crítica. É o terreno que aniquila a crítica. Ser-se crítico não é um posto final, é um lugar que se conquista diariamente. Em cada texto, em cada escolha, no próximo espectáculo.
Convido a todos a conhecerem dois sites brasileiros sobre sapateado americano:
ResponderEliminar"Divulgando o Sapateado Por Aí" - blog - posts diários:
http://divulgandotap.blogspot.com
"Divulgando o Sapateado Por Aí" - portal - desde 1998:
http://www.geocities.com/divulgando
Um abraço e sucesso.
Bem dito, e bem doloroso. Embora obviamente se possa distinguir, no meu ver, entre vários graus dessa intervenção. Ou, se preferires, há textos «sobre» que não são necesseriamente «crítica» só por serem reacções (ou só a são até um ponto). E a distinção muitas vezes está longe de óbvia (acho q o sabemos bem demais...)
ResponderEliminarsem dúvida Tiago.
ResponderEliminarO que eu acho que falta à crítica é estar mais próxima do processo criativo e dos objectivos dos criadores, de uma forma transversal e independente das preferências estéticas.
A crítica na net é uma nova forma de dialética do pensamento crítico, onde o crítico pode ser criticado pela sua crítica~, beneficiando com isso, crítico e criticado.
parabéns pela revista.